Analistas do Bradesco BBI veem eventual aquisição da StoneCo pelo BTG como benéfica para ambos
(Reuters) - Analistas do Bradesco BBI veem uma eventual aquisição da StoneCo pelo BTG Pactual beneficiando ambas as instituições, conforme relatório a clientes explorando uma potencial oferta do maior banco de investimentos da América Latina pela empresa de pagamentos.
Gustavo Schroden e equipe destacaram que as ações da Stone caíram 34% no acumulado do ano, o que é a queda mais significativa no preço no período dentro da cobertura dos analistas no setor de serviços financeiros da América Latina, implicando um desconto de 54% no múltiplo preço sobre lucro (P/L) de 12 meses em relação à sua média histórica de 16,4 vezes.
Na visão dos analistas, a Stone é um grande ativo, com uma participação relevante no mercado de cartões de 11% e uma taxa de penetração de 19% no total de micro, pequenas e médias empresas ativas -- 3,9 milhões de clientes no segmento.
Além disso, acrescentaram, a empresa também adotou uma estratégia correta de redução de escala, que, quando combinada com o fortalecimento de seus negócios bancários, deve resultar em melhor lucratividade no futuro.
Em contrapartida, emendaram, a Stone se beneficiaria da expertise do BTG no negócio bancário/crédito e sua base de depósitos, e assim os produtos financeiros da instituição de pagamento seriam capazes de acelerar muito mais rápido em seu segmento principal (MPMEs).
A equipe do Bradesco BBI também ressaltou que, uma vez que o BTG Pactual é um dos poucos grandes bancos no Brasil que ainda não tem um adquirente incorporado, assim, uma potencial incorporação poderia fornecer um bom ponto de entrada para o banco penetrar na indústria de pagamentos.
Eles ainda citaram que a Stone tem um canal de distribuição sólido no segmento PME suportando uma aceleração mais rápida no segmento, enquanto o nível de valuation atual da Stone parece atraente.
Em paralelo, os analistas afirmaram que o valuation atual e o forte balanço patrimonial do BTG permitiriam uma emissão de ações para financiar a operação, conforme o relatório com o título "E se o BTG comprasse a Stone?", enviado no final da quarta-feira.
Eles calculam um enterprise value para Stone de 22,6 bilhões de reais considerando o preço-alvo da casa de 16 dólares por ação para o final de 2025 e caixa líquido de 5,3 bilhões de reais, sem considerar potenciais sinergias, implicando um P/L de 2025 em 10,2 vezes e um potencial de alta de 34% em relação ao preço atual de suas ações.
"Em nosso valor justo, e assumindo uma incorporação completa pelo BTG Pactual, estimamos que o banco precisaria emitir 267 milhões de units a 34,61 por papel, equivalente a uma 'pequena' diluição de 7% para manter seu capital de nível 1 (CET1) inalterado em 12,2%."
(Por Paula Arend Laier)
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