Pacote fiscal está fechado e falta apenas resposta da Defesa para anúncio, diz Haddad
SÃO PAULO (Reuters) - O pacote com medidas de contenção de gastos a ser anunciado pelo governo está praticamente fechando e será divulgado em breve, havendo apenas a pendência de resposta do Ministério da Defesa, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao Times Brasil/CNBC divulgada no domingo.
"O pacote está fechado com o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva). Nós vamos anunciar brevemente, por que está faltando a resposta de um ministério... o Ministério da Defesa", disse Haddad. "Tivemos boas reuniões com o ministro (José Múcio) e os comandantes das Forças."
O ministro não comentou sobre o valor total de gastos que as medidas vão reduzir, afirmando apenas que "o pacote tem o tamanho das nossas necessidades para manter o crescimento equilibrado". Ele defendeu o equilíbrio das contas públicas para que o país cresça de forma sustentável.
"É uma ilusão imaginar que se todo mundo gastar mais, vai ter mais para gastar. É o equilíbrio entre receita e despesa que está nos dando os resultados", afirmou.
Haddad ainda disse acreditar que o ajuste fiscal possa levar à retomada da queda da taxa de juros ao ajudar na desaceleração da inflação.
O governo tem prometido o anúncio de medidas de contenção de gastos a fim de garantir a sustentação do arcabouço fiscal, tendo dito anteriormente que o pacote seria anunciado após o segundo turno das eleições municipais. A demora tem gerado estresse no mercado e pressão sobre os ativos brasileiros.
Questionado sobre objeções de alguns membros do Executivo às medidas fiscais a serem adotadas pela Fazenda, Haddad disse entender a posição, mas reiterou que o trabalho da sua pasta é agir para justamente "garantir as agendas dos ministérios".
Ele também comentou sobre a cúpula de chefes de Estado do G20, que será realizada nesta segunda e terça-feiras no Rio de Janeiro, exaltando os consensos alcançados entre os países neste ano e a "organização de uma agenda" a ser levada adiante pela África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do grupo em 2025.
Haddad voltou a defender a proposta brasileira de taxação internacional sobre patrimônio.
"Quando você fala de taxação de patrimônio, essa coisa tem que ser internacional. Países que tentaram taxar patrimônio tiveram fuga de capitais. Se é um imposto internacional, você não tem para onde fugir."
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