Volkswagen e sindicatos têm conversas "construtivas", mas impasse segue
Por Victoria Waldersee e Christina Amann
WOLFSBURG, Alemanha (Reuters) - A Volkswagen e seus sindicatos estão longe de chegar a um consenso sobre como lidar com excesso de capacidade produtiva na Alemanha, mas mantiveram conversações na segunda-feira que ambos os lados descreveram como construtivas em meio a paralisações de fábricas da empresa em todo o país.
"Após a rodada de hoje, está claro que ainda estamos longe de uma solução", disse o negociador-chefe da Volkswagen, Arne Meiswinkel, após mais de sete horas de conversas na véspera.
Mas o representante dos trabalhadores, Thorsten Groeger, disse que foi a primeira vez que as negociações ocorreram em um "clima construtivo" e que os representantes sindicais estão prontos para voltar à mesa de negociações em 16 de dezembro.
No início da segunda-feira, Groeger havia dito que se as conversas com os executivos da montadora não tivessem um tom conciliatório, os sindicatos não viam mais espaço para negociações este ano e aumentariam as manifestações para um nível sem precedentes em 2025.
Ainda assim, os sindicatos permaneceram firmes em dizer que se recusam a aceitar o fechamento de fábricas da companhia na Alemanha, enquanto a montadora disse que isso não pode ser descartado, indicando que as duas partes continuam distantes.
As últimas negociações, que tiveram início em setembro, ocorrem no momento em que a maior montadora da Europa busca maneiras de cortar radicalmente custos na Alemanha para competir melhor com rivais asiáticos mais baratos que entraram em seu mercado doméstico.
Cerca de 68 mil trabalhadores da montadora cruzaram os braços por quatro horas na segunda-feira em Wolfsburg, informou o sindicato IG Metall.
O IG Metall disse que nunca houve nenhuma greve real com duração de 24 horas ou mais além das chamadas "paralisações de advertência", que são sinalizadas com antecedência e têm duração limitada.
Os trabalhadores, que rejeitam qualquer corte nos salários ou fechamento de fábricas da empresa na Alemanha, podem aumentar a pressão sobre a Volkswagen, eventualmente realizando greves de 24 horas e até mesmo greves de duração indeterminada.
CORTE DE CUSTOS
A Volkswagen insiste que a capacidade e os cortes salariais são necessários porque a demanda por carros na Europa caiu, enquanto os custos na Alemanha tornam impossível competir com os novos rivais da China.
"Continuamos precisando reduzir custos, reduzir o excesso de capacidade", disse Meiswinkel antes das negociações.
Na semana passada, o presidente-executivo da Volkswagen, Oliver Blume, defendeu as decisões do grupo Volkswagen como necessárias em um ambiente de rápidas mudanças, dizendo que a administração não pode operar "em um mundo de fantasia".
Embora o impacto total das greves não esteja claro, o sindicato disse que várias centenas de carros não foram fabricados somente na fábrica de Wolfsburg.
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