Shell prevê decisão final sobre Gato do Mato até abril, diz CEO no Brasil
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Shell Brasil prevê tomar decisão final de investimentos sobre o projeto de Gato do Mato, em área que se estende para o pré-sal, na Bacia de Santos, entre março e abril, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia no país, Cristiano Pinto da Costa.
Caso seja aprovado, o projeto poderá entrar em operação no fim desta década, a partir de uma plataforma com capacidade de produção de 120 mil barris de petróleo por dia (bpd), a ser contratada.
A área de Gato do Mato é operada pela Shell, com 50% de participação e que tem como sócias Ecopetrol (30%) e TotalEnergies (20%).
Juntamente com a decisão, a companhia poderá realizar a declaração de comercialidade do ativo junto à reguladora ANP.
Costa, entretanto, não quis entrar em detalhes sobre o que está em estudo atualmente para tornar a área comercial e nem citou quais as opções em análise para o gás encontrado no reservatório, se será exportado ou reinjetado.
"Os passos são: nos próximos três meses, de agora até o final de março, (vamos buscar) conseguir fechar todas as negociações, progredir com as aprovações, parceiros e a Shell. E aí, se a decisão for positiva..., e estamos trabalhando com as expectativas de que seja, aí a gente vai comunicar bem mais detalhes", afirmou Costa, em um café da manhã com jornalistas.
Atualmente, a Shell é a maior produtora de petróleo do Brasil depois da Petrobras, com média de 364,63 mil barris de petróleo em novembro, considerando suas participações em diversos ativos, segundo os dados mais recentes publicados pela ANP.
Gato do Mato também poderá trazer mais impulso para a sua produção operada, que somou apenas 26,26 mil bpd em novembro. A maior parte da produção da Shell no Brasil vem de parcerias, em especial com a Petrobras.
Costa confirmou que está mais otimista agora com Gato do Mato, que foi paralisado em 2022 para passar por uma reavaliação. O executivo destacou que à época o mercado convivia com uma escalada de preços de petróleo e aço, que impactavam o projeto e traziam riscos de inflação de custos. Ele relembrou que era uma era pós-Covid e de uma ainda recente invasão da Rússia na Ucrânia.
Além disso, foram identificadas oportunidades para melhor a engenharia do projeto.
"A gente conseguiu simplificar o projeto de engenharia do FPSO de Gato do Mato e consequentemente levar a um custo mais aceitável no cenário de mercado hoje, que está um pouco mais estabelecido", destacou o executivo.
O CEO evitou falar sobre os possíveis modelos de contratação da plataforma para o projeto.
POÇOS EXPLORATÓRIOS
Para 2025, a Shell prevê ainda ter duas sondas em operação, uma delas sendo destinada para a perfuração de um poço exploratório no prospecto de Ariranha, no bloco C-M-659, na Bacia de Campos, entre o fim do primeiro trimestre e o início do segundo trimestre.
O bloco foi adquirido na 16° Rodada de Licitações de Blocos em 2019, com operação da Shell, com 40% de participação, segundo dados no site da empresa. Suas parceiras no ativo são Chevron (35%) e QatarEnergy (25%).
Já a segunda sonda será destinada para realizar manutenções no Parque das Conchas (BC-10) e para atuar na segunda fase de descomissionamento do campo de Bijupirá e Salema, que prevê desmobilizar equipamentos submarinos. Ambos ativos na Bacia de Campos.
No caso de BC-10, o executivo pontuou que o objetivo é trabalhar na manutenção das bombas que ficam submersas, em busca de maior eficiência, permitindo aumentar ou sustentar a produção do ativo, mas não entrou em detalhes.
(Por Marta Nogueira)
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