Lula convoca reunião para discutir mudança da Meta em moderação de conteúdo e defende soberania dos países
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que fará uma reunião com integrantes do governo para discutir a decisão da Meta de mudar a política de moderação de conteúdo em suas redes sociais, e destacou que não se "pode ferir a cidadania de uma nação".
"Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade de um cara que cometa um crime na imprensa escrita. É como se um cidadão pudesse ser punido porque faz uma coisa na vida real e não pudesse ser punido quando faz a mesma coisa nas redes", disse Lula a jornalistas no Palácio do Planalto.
"O que nós queremos é que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, dois cidadãos, três cidadãos acharem que podem ferir a cidadania de uma nação", acrescentou.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quinta-feira, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o país não pode permitir que estruturas econômicas fortes prejudiquem direitos individuais e coletivos.
“Não é possível você ter plataformas, órgãos de comunicação, ainda mais de presença global, sem responsabilidade, sem responsabilização”, disse.
“A regulamentação das fake news pelo Congresso Nacional e a postura do Judiciário são necessários em defesa da sociedade. Não é porque alguém é milionário que ele pode fazer o que quer.”
Alckmin acrescentou que o debate no Congresso sobre a regulamentação de fake news e inteligência artificial deve ser aprofundado neste ano.
Na terça-feira, o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do programa de checagem de fatos nas redes sociais da empresa -- Facebook, Instagram e Threads -- nos Estados Unidos como parte de uma mudança em sua política de moderação de conteúdo. A empresa passará a adotar um recurso chamado notas da comunidade, semelhante ao que a rede social de Elon Musk, X, já promove.
O Ministério Público Federal de São Paulo apresentou na quarta-feira questionamento aos responsáveis pela Meta no Brasil para saber se haverá mudanças também no país.
(Reportagem de Ricardo Brito, Lisandra Paraguassu e Bernardo Caram)
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