Juros futuros com prazos mais longos têm alta no 1º pregão do ano
Os juros futuros com prazos mais longos subiram na BM&F no primeiro pregão do ano, refletindo a maior aversão a risco no exterior, diante do receio de uma desaceleração mais forte da China, que impulsionou a alta da moeda americana frente às principais divisas emergentes. A incerteza em relação ao quadro político e fiscal local também contribuiu para sustentar os prêmios de risco na curva de juros.
O DI para janeiro de 2021 subiu de 16,62% para 16,66% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 avançou de 16,53% para 16,55%. Já o DI para janeiro de 2016 recuou de 15,87% para 15,825%.
Os mercados hoje passam por uma correção, refletindo a preocupação com uma desaceleração mais forte da economia chinesa, após dados mais fracos que o esperado do setor industrial na China e a desvalorização do yuan.
Segundo Rogério Braga, sócio e gestor da Quantitas, a desaceleração da economia da China tem um efeito deflacionário, com impacto nos preços das commodities, e também deve contribuir para acentuar a queda da atividade nos mercados emergentes, o que justifica a queda das taxas de juros de curto prazos nos mercados hoje. Para Braga, esse efeito da queda da atividade acabaria compensando a pressão maior no câmbio. "Com isso, vemos um inclinação da curva de juros, com o aumento maior das taxas com prazos mais longos", diz.
Além da maior aversão a risco no cenário externo, a incerteza em relação à política fiscal e ao quadro político no mercado local contribui para sustentar os prêmios de risco na curva de juros.
A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, mas com 58 vetos, entre eles o reajuste dos benefícios do Bolsa Família. O governo, no entanto, ainda estuda um reajuste do benefício que seria inferior à inflação. "A LDO veio dentro do esperado, mas parece mais um esforço parcial do governo e falta convicção de que devemos ter um ajuste completo das contas públicas", diz.
Outra informação que merece atenção é a de que o governo anunciou o pagamento de R$ 72,4 bilhões referentes às chamadas "pedaladas fiscais", dívidas com o BNDES, FGTS, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. A expectativa do Palácio do Planalto é que a medida enfraqueça ações em prol do impeachment da presidente Dilma. Mas a discussão sobre esse processo só deve ser retomada após o recesso do Congresso.
A Pesquisa Focus divulgada hoje mostrou uma alta das estimativas para a inflação, apesar da piora da previsão para a atividade econômica. A mediana das projeções para o IPCA para o fim de 2016 passou de 6,86% para 6,87%, permanecendo acima do teto da meta de inflação, que é de 6,5%. Já a mediana das projeções para o PIB para o fim deste ano passou de uma retração de 2,81% para queda de 2,95%.
A previsão para o câmbio para o fim deste ano, permaneceu praticamente estável, a R$ 4,21 ante R$ 4,20 da projeção anterior.
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