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Juros futuros avançam com alta do dólar e maior aversão ao risco

07/01/2016 16h30


Os juros futuros subiram na BM&F nesta quinta-feira, acompanhando a alta do dólar frente ao real diante do ambiente de maior aversão a risco com a crescente preocupação com a China. O DI para janeiro de 2017 fechou perto da estabilidade a 15,525% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 avançou de 16,07% para 16,15%. E o DI para janeiro de 2021 subiu de 16,11% para 16,29%.

Os juros futuros com prazos mais curtos chegaram a cair após o dado da produção industrial, mas a alta do dólar frente ao real acabou levando os investidores a recompor os prêmios de risco na curva de juros. "Acho que o mercado exagerou na alta em dezembro, quando a curva chegou a refletir uma elevação acima de 0,50 ponto da Selic, como também exagerou na queda verificada nos últimos dias", afirma Henrique de la Rocque, gestor de renda fixa e derivativos da Brasif Gestão.

Hoje, o IBGE divulgou que a produção da indústria em novembro, que teve uma surpreendente queda de 2,4% em relação a outubro. A previsão dos analistas era de um recuo de 0,8%. Na comparação com igual período do ano passado, a retração foi de 12,4%, enquanto analistas esperavam uma queda de 10%. Foi o pior resultado desde dezembro de 2013.

Apesar dos dados fracos da atividade, de la Rocque afirma que o consenso do mercado é de que o Banco Central retome o ciclo de aperto monetário e suba a taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 19 e 20 de janeiro. "Acho que houve uma certa dúvida sobre a independência do BC e se ele iria subir os juros na próxima reunião. Mas está claro que a inflação não está cedendo como se esperava", diz.

Já a parte longa da curva de juros é influenciada pelo ambiente de maior aversão a risco, com a China voltando a preocupar os mercados. A depreciação de 0,5% na taxa de referência diária do yuan frente ao dólar, o maior ajuste promovido desde agosto do ano passado e que levou a Bolsa de Xangai a cair mais de 7%, acionando o novamente o "circuit breaker" gerou de novo um alerta aos mercados sobre as condições da economia chinesa.

Nesse ambiente de maior aversão a risco e expectativa de retomada do ciclo de aperto monetário no mercado local aumenta a demanda por papéis pós-fixados. O Tesouro Nacional vendeu hoje 3 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e mais 10 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), cuja operação somou R$ 30,136 bilhões. A venda dos papéis pós-fixados somou R$ 22,271 bilhões, para 1º de março de 2022, e saiu com ágio, à taxa média de 0,0004%.