Bovespa fecha em alta com ajuda de Petrobras e elétricas
A Bovespa reduziu o ritmo de alta após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no fim da tarde, de não mexer agora na taxa de juro nos Estados Unidos. Lá fora, as bolsas americanas perderam força e passaram para o terreno negativo por causa da decisão. O Fed não descartou uma alta de juro em março, contrariando a expectativa dos economistas, de que as recentes turbulências na China e no mercado de petróleo poderiam forçar a instituição a rever seus planos para a economia americana.
Por aqui, o que deu o tom positivo dos negócios foi a recuperação dos preços do petróleo, que impulsionou as ações da Petrobras. As ações do setor elétrico também foram destaque de alta, depois que o governo decidiu reduzir o valor das chamadas bandeiras tarifárias das contas de luz. Já JBS voltou a cair forte pelo segundo dia seguido, refletindo a denúncia do Ministério Público contra seu principal executivo por crime contra o sistema financeiro.
O Ibovespa fechou em alta de 2,34%, para 38.376 pontos, com bom volume financeiro, de R$ 6,222 bilhões.
"O Fed se mostrou mais cauteloso, observando a dinâmica recente dos indicadores", comentou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho. "A inflação americana continua baixa devido ao impacto da queda nos preços do petróleo.
O economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo Rey, destacou que o Fed não alterou o tom do comunicado, ao contrário do que o mercado especulava. "Não foi um comunicado tão ?dovish' (favorável ao afrouxamento monetário). Era bastante razoável prever que o Fed não mudaria muito a comunicação agora", afirma, lembrando que a possibilidade uma nova alta do juro americano em março permanece no ar, contrariando as expectativas de mercado, que apontam para um ciclo mais lento de aperto monetário.
"O mercado ainda está cético em relação aos próximos passos do Fed", observa Rey. O ceticismo decorre das turbulências recentes nos mercados globais, com queda do petróleo e desvalorização do yuan.
A recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional impulsionou as ações da Petrobras. O papel PN avançou 8,80% e a ON ganhou 9,73%. No início da tarde, dados de estoques de petróleo nos Estados Unidos mostraram novo crescimento na semana passada, mas houve redução no volume de destilados devido ao inverno rigoroso no país e também queda no nível de utilização das refinarias, o que motivou uma virada nos preços do petróleo para terreno positivo.
Rey, da Guide, lembra que a correlação entre o comportamento das bolsas e do preço do petróleo aumentou nas últimas semanas. "Há uma correção tanto nas bolsas como no petróleo, depois das perdas expressivas registradas neste mês. Mas é difícil acreditar que essa alta vai se sustentar nas próximas sessões", afirma Rey. Ele lembra que a depreciação do yuan reforçou a avaliação de que a economia chinesa está desacelerando mais rápido do que se imaginava. "Essa depreciação deve continuar, gerando mais volatilidade nos mercados."
A bolsa brasileira também contou com a ajuda das altas expressivas de ações do setor elétrico, que refletem a decisão do governo de reduzir o valor das chamadas bandeiras tarifárias, sinalização que está sendo interpretada como uma redução do risco hidrológico no país. As elétricas vinham pressionadas há cerca de dois anos pela seca que atingiu o país e o custo mais elevado da energia - devido ao uso de usinas térmicas - também vinha prejudicando outros setores da economia. Cemig PN (10,33%) puxou a fila, seguida de Copel PNB (7,37%), Cesp PNB (5,54%) e Energias do Brasil ON (4,17%).
JBS ON (-14,70%) voltou a marcar presença na ponta negativa, ainda repercutindo a denúncia do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) contra Joesley Batista, presidente do conselho de administração da JBS, por crime contra o sistema financeiro.
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