IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Juros futuros têm alta diante de incerteza sobre impeachment de Dilma

06/04/2016 16h35

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta na BM&F, com os investidores adotando uma postura mais cautelosa diante do aumento das incertezas em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,8% para 13,815% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 aumentou de 13,62% para 13,66%. E o DI para janeiro de 2021 avançou de 13,99% para 14,11% nesta quarta-feira.

Investidores reduzem as apostas em um impeachment da presidente Dilma, que embora ainda seja o cenário considerado, pode encontrar mais resistência que o inicialmente esperado pelo mercado. O mercado aguarda a apresentação do parecer do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de pedido de impeachment.

A votação em plenário está prevista para ocorrer até o dia 19 de abril. Hoje o Partido Progressista, que detém a terceira maior bancada na Câmara, anunciou que apoiará o governo e votará contra o impeachment da presidente Dilma. Segundo o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), há pelo menos 40 votos do partido contra o impeachment.

Enquanto o governo conta os votos para tentar barrar o impedimento da presidente na Câmara, os investidores reduzem as posições, vendo um cenário binário para os ativos locais. "Há uma dúvida maior em relação ao processo de impeachment, que tem paralisado o governo. Nesse ambiente, os investidores reduziram as posições e ficam só no giro [operações intradia]", afirma Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.

A incerteza no cenário doméstico acabou se sobrepondo à sinalização "dovish" da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), dos EUA. Os membros do Fomc reforçaram a sinalização dada pela presidente do Federal Reserve (Fed, do banco central americano) na semana passada, Janet Yellen, de uma elevação mais gradual de juros nos Estados Unidos, destacando que as condições globais continuam a diminuir os riscos para a inflação.