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Menor consumo e cautela diminuem parcela de endividados, diz CNC

27/04/2016 12h35

A retração do consumo e a cautela maior do consumidor diminuíram a parcela de famílias endividadas em abril, informou nesta quarta-feira a Confederação Nacional de Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que abrange 18 mil pessoas, apurou que 59,6% do total das famílias informaram estar com dívidas em abril. Este porcentual foi inferior ao de março deste ano (60,3%) e ao de abril de 2015 (61,6%).

A pesquisa apurou ainda que a parcela de renda comprometida com dívidas ficou em 30,7% em abril, menor do que a de março, de 31,1%. No entanto, este porcentual ainda foi maior do que o observado em abril do ano passado (30,3%).

Ao mesmo tempo, a CNC alertou que, na comparação com ano passado, houve piora nos indicadores de inadimplência. Entre as famílias endividadas, 23,2% declararam estar com débitos em atraso, abaixo da parcela de março, de 23,5%, mas ainda superior à registrada em abril do ano passado, de 19,7%.

O mesmo ocorre com o percentual de famílias inadimplentes sem condição de quitar suas dívidas. Na pesquisa, 8,2% se declararam nesta categoria, levemente abaixo de março, de 8,3%, mas ainda acima de abril do ano passado, de 6,9%.

Para a CNC, a piora dos resultados em comparação com o ano passado foi motivada pelas taxas de juros mais elevadas e pelo mercado de trabalho mais enfraquecido em relação a 2015. O contexto desfavorável influenciou negativamente os indicadores de inadimplência bem como a percepção das famílias em relação à sua capacidade de pagamento.

A cautela nas novas compras, em abril, foi observada tanto entre os mais ricos quanto entre os mais pobres. Entre as famílias com ganhos até dez salários mínimos, a parcela de famílias com dívidas foi de 61% em abril, ante 61,4% em março, e 62,7% em abril do ano passado. Entre as com renda acima desta faixa, o percentual de endividados passou de 54,4% em março para 52,3% em abril, sendo que em abril do ano passado, esta parcela era de 56,1%.

Mais uma vez, o cartão de crédito foi apontado por 77,9% como principal tipo de dívida, seguido dos carnês, com 15,4%. O financiamento do carro ocupa o terceiro lugar na lista, com 11,9%.