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Juros futuros mais curtos recuam e taxas longas avançam na BM&F

03/05/2016 17h01

As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos fecharam em ligeira queda na BM&F com os investidores adotando maior cautela e evitando aumentar as posições frente incertezas sobre a troca de comando no Banco Central. Já os DIs com prazos mais longos avançaram influenciados pelo movimento de maior aversão a risco no exterior.

O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,66% para 13,65%, e o DI para janeiro de 2018 recuou de 12,77% para 12,75%. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 12,41% para 12,48%.

Investidores adotaram uma postura mais defensiva frente às incertezas a respeito de uma possível mudança de comando no BC e sobre quando aconteceria a troca da diretoria em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer.

Segundo matéria do Valor, o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, poderia ser mantido no cargo, pelo menos no começo do novo governo.

Para a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, o prolongamento do atual presidente do BC no cargo até a aprovação do nome do escolhido para comandar a instituição pelo Senado poderia atrasar o início do corte de juros neste ano. "Acho que o Tombini não vai querer cortar a taxa básica de juros nesse período de transição e o novo presidente do BC também deve querer preparar a comunicação antes de mudar a política monetária e começar a cortar a taxa de juros", afirma.

Entre os mais cotados para o cargo em um possível governo de Michel Temer estão os ex-diretores do BC Ilan Goldfajn e Mário Mesquita. Para Solange, todos têm um perfil parecido e se mostram comprometidos com a busca da meta da inflação, de 4,5%. "Um pode ter um perfil de querer esperar mais para começar a cortar a taxa de juros que o outro, mas todos devem mirar o centro da meta no ano que vem", diz.

Já na parte mais longa da curva de juros era influenciada pelo aumento da aversão a risco no exterior, sustentado pelas declarações do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que disse hoje que uma alta dos juros em junho é "uma opção real" e que duas altas da taxa básica de juros nos EUA neste ano são possíveis.