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Dólar fecha na mínima em quase um ano com ajuda do exterior

08/06/2016 17h31

O dólar fechou no menor patamar em quase um ano frente ao real nesta quarta-feira, registrando a maior queda em dois meses, em um dia de intensa venda da moeda americana na esteira do apetite por risco no exterior e ainda pela percepção de que o Banco Central tolerará uma taxa de câmbio mais apreciada.

No fechamento, o dólar comercial caiu 2,31%, a R$ 3,3691. É o menor patamar desde 29 de julho de 2015 (R$ 3,3288). A queda percentual é a mais forte desde 11 de abril deste ano, quando a cotação terminou em baixa de 2,89%.

No mercado futuro, o dólar para julho cedia 2,18%, a R$ 3,3905.

Faltando pouco menos de uma hora para o fim dos negócios no mercado futuro, o giro já é o maior desde 31 de maio, o que sugere um ajuste estrutural de posições do mercado em prol de um dólar mais fraco.

As ordens de vendas que marcaram o dia foram resultado de uma "tempestade perfeita" contra a moeda americana. O dólar novamente teve uma sessão de perdas em todo o mundo, pressionado pelo contínuo esfriamento das expectativas sobre altas de juros nos EUA. Isso impulsionou commodities, bolsas de valores e bônus de países emergentes, reduzindo prêmios de risco e amparando cenário de fluxo para mercados em desenvolvimento, caso do Brasil.

O dólar caía 1,33% ante uma cesta com as principais moedas emergentes. O Dollar Index - que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes - recuou a uma mínima em um mês. E o índice CRB de commodities opera nas máximas desde novembro do ano passado.

Mas o real se destacou ainda mais que seus pares hoje, tendo suporte extra na avaliação de que o Banco Central poderá ser menos ativo no câmbio.

Como o BC vinha atuando via swaps cambiais reversos - operação que limita quedas do dólar -, o mercado entendeu que o Banco Central não só tolerará uma taxa de câmbio mais apreciada como evitará intervir para defender algum nível específico. O câmbio, portanto, teria espaço para responder mais aos elementos externos, que hoje pressionam o dólar para baixo.

A perspectiva de que o BC possa evitar quedas antecipadas do juro básico também beneficia o real. O Copom anuncia após o fechamento do mercado sua decisão de política monetária. E a expectativa é que a Selic seja mantida em 14,25% ao ano - maior taxa nominal de juros entre as principais economias emergentes.