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IPCA-15 avança para 0,54% em julho e acumula alta de 8,93% em 12 meses

21/07/2016 09h51

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou para 0,54% em julho, depois de ficar em 0,40% um mês antes, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho do ano passado, o IPCA-15 subiu 0,59%.

Com esse resultado, o indicador acumula alta de 8,93% em 12 meses, ante os 8,98% registrados nos 12 meses imeadiatamente anteriores. No ano, o IPCA-15 apresenta elevação de 5,19%, abaixo dos 6,90% no mesmo período em 2015.

O IPCA-15 de julho ficou bem acima da média de 0,46% estimada por 26 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data. Também ficou acima do teto do intervalo das estimativas, que ia de 0,39% a 0,51% de alta. No acumulado em 12 meses, a expectativa era de que a inflação se situasse em 8,84%.

Alimentos mais caros

Os preços dos alimentos aumentaram 1,45% em julho, depois de incremento de 0,35% um mês antes, e foram os responsáveis pelo aumento do IPCA-15 do sétimo mês de 2016.

"Com 69% de participação no IPCA-15 do mês, o grupo Alimentação e Bebidas registrou a mais elevada variação para os meses de julho desde 2008, quando chegou a 1,75%. Em Goiânia, Curitiba e São Paulo, os aumentos ultrapassaram os 2%, atingindo 3,41%, 2,75% e 2,03%, respectivamente", destacou o IBGE em nota.

O feijão-carioca, cujos preços subiram, em média, 58,06%, foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no IPCA-15, de 0,18 ponto. Em Goiânia, o quilo do produto ficou 81,03% mais caro, seguido por Brasília (62,69%), Salvador (61,69%) e Fortaleza (60,63%).

Os demais tipos de feijão também subiram de forma significativa. O mulatinho passou a custar, em média, 45,94% a mais, enquanto o preto ficou 34,23% mais caro e o fradinho subiu 11,78%.

Vários outros alimentos também ficaram bem mais caros de um mês para o outro. O arroz, por exemplo, teve seus preços elevados em 3,36% na média, atingindo 8,20% em Belém, 6,67% em Fortaleza e 6,53% em Goiânia. Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais.

O leite, com participação importante na despesa das famílias, aumentou 15,54%, em média, atingindo 27,46% em Curitiba, 24,15% em Porto Alegre e 20,17% em Goiânia. Isso afetou os preços dos derivados, sobressaindo o leite em pó, que subiu 3,26%.

Outros grupos

Em contraposição à alta do grupo Alimentação e bebidas, a inflação da maioria dos demais grupos de produtos e serviços pesquisados desacelerou de junho para julho.

Habitação saiu de alta de 1,13% para 0,04%, influenciado pela queda de 1,65% na energia elétrica, seguido de Artigos de residência (de 0,57% para 0,27%), Vestuário (de 0,42% para -0,08%), Saúde e cuidados pessoais (de 1,03% para 0,56%), Despesas pessoais (de 0,89% para 0,52%), e Comunicação (de 0,01% para zero).

Transportes deixaram uma queda de 0,69% para alta de 0,17% e Educação passou de avanço de 0,06% para 0,10%. As despesas com transportes foram puxadas pelas passagens aéreas, que subiram 19,05%, e também ônibus interestadual (3,69%), pedágio (1,98%), etanol (1,22%), conserto de automóvel (0,85%) e emplacamento e licença (0,77%).

O IPCA-15 mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Belém, Brasília, e nos municípios de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.