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Juros futuros caem, influenciados por expectativa com eleições dos EUA

08/11/2016 20h40

Os juros futuros fecharam em queda diante da expectativa de vitória da candidata democrata Hillary Clinton na eleição presidencial nos Estados Unidos que ocorre nesta terça-feira. O resultado da eleição nos EUA é esperado por volta das 2h da quarta-feira (horário de Brasília), com as pesquisas de boca de urna apontando um vencedor em torno das 22h.

A estimativa dos votos com base no aplicativo VoteCastr, que tenta mostrar em tempo real uma pesquisa baseada no padrão estimado dos votos de cada eleitor de acordo com seu perfil, apontava uma vantagem da candidata democrata na Flórida, um dos Estados decisivos para a eleição presidencial americana. O dado ajudou a animar os mercados e contribuiu para a queda dos prêmios de risco no mercado de juros.

Uma vitória da Hillary é vista como positiva para os países emergentes e ativos de risco em geral ao manter o "status quo" e afastar o risco de um aumento da volatilidade nos mercados diante da incerteza de um governo do republicano Donald Trump, reduzindo, assim, a pressão de alta do dólar.

Na BM&F, o DI janeiro de 2018 caiu de 12,16% para 12,10%, no fechamento do pregão regular. O DI janeiro de 2019 recuou de 11,440% para 11,41%. E o DI para janeiro de 2021 também teve queda, passando de 11,27% para 11,21%.

Embora o mercado trabalhe com um cenário-base de que o próximo presidente dos Estados Unidos será a Hillary Clinton, uma vitória de Trump poderá influenciar a política monetária dos países emergentes, uma vez que seria negativa para a China e poderia afetar os preços das commodities, afirma Eduardo Suarez, estrategista para a América Latina do Scotiabank. Além disso, a desvalorização do câmbio poderia levar o Banco Central a adotar uma postura mais conservadora e manter o ritmo de corte da taxa Selic na próxima reunião de novembro.

Já em uma possível vitória de Hillary, apesar de o resultado abrir espaço para uma valorização do câmbio, os analistas acreditam que apenas esse elemento não seria suficiente para o Banco Central acelerar o corte de juros, que depende do avanço de diversos fatores domésticos, como, por exemplo, do ajuste fiscal.

A PEC 241, que limita os gastos do governo à inflação do ano anterior, está sendo discutida na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição e Justiça (CCJ) e a votação do relatório está prevista para quarta-feria. A PEC deve ter votação em dois turnos na Câmara e a previsão é que seja concluída em 13 de dezembro.

O presidente Michel Temer disse que o governo seguirá em frente com a PEC do teto de gastos e logo enviará ao Congresso a reforma da Previdência. Ele participou nesta terça-feira do seminário "Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pelo Valor Econômico em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).