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Juros futuros de curto prazo caem com revisão do PIB e espera do Copom

22/11/2016 19h10

As taxas dos contratos futuros de curto prazo recuaram na BM&F diante das revisões para baixo do crescimento do PIB para o ano que vem, o que poderia abrir espaço para o Banco Central acelerar o corte da taxa básica de juros em 2017. Já dos juros futuros de vencimentos mais longos fecharam perto da estabilidade por causa da alta das taxas dos Treasuries.

O DI para janeiro de 2018 caiu de 12,20% para 12,15% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2019 recuou de 11,70% para 11,66%. Já o DI para janeiro de 2021 fechou estável a 11,83%.

A uma semana da decisão de política monetária, a curva de juros reflete a maior probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic em novembro.

O governo brasileiro revisou para baixo suas projeções de crescimento do PIB para o ano que vem, de 1,6% estimado em agosto para 1%, devido às dificuldades econômicas para superar a pior recessão do país em décadas. Também foram revisados os cálculos para 2016, de uma contração de 3% para uma queda de 3,5%.

O estrategista da Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepomuceno, lembra que um crescimento mais fraco da economia aumenta a preocupação com o lado fiscal, uma vez que a dívida pública ainda está em patamar elevado.

O ministro do Planejamento, Diogo de Oliveira, afirmou hoje que a meta déficit primário de R$ 163,9 bilhões para o setor público consolidado neste ano será cumprida. "Apesar do avanço das medidas de ajuste fiscal no Congresso, isso não tem se mostrado suficiente. O crescimento abaixo do que se projetava deve afetar o déficit fiscal", diz Nepomuceno.

Nesse cenário, o estrategista afirma que pode ser interessante as aplicações em papéis atrelados à inflação (NTN-B) se as taxas voltarem para o patamar acima de 6,5%.

Já nos juros com prazos mais logos, Nepomuceno acredita que pode haver espaço para alguma correção, mas dificilmente as taxas voltarão no curto prazo para o patamar de 11,20%, que se encontrava o DI para janeiro de 2021 antes da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.