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PF produziu apenas um laudo para embasar Carne Fraca, diz delegado

22/03/2017 22h51

O delegado Roberto Biasoli, responsável pelas investigações da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, informou nesta quarta-feira à Justiça Federal no Paraná que a PF produziu apenas um laudo técnico em um dos 21 frigoríficos investigados para embasar a operação, e usou informações de outro laudo de 2015, que faz parte de um processo administrativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


"Não foram realizados outros laudos pela Polícia Federal com relação às demais empresas envolvidas na investigação (...) pela dificuldade de se identificar quais produtos estavam envolvidos em fraude ou onde pudessem ser encontrados, sem que se quebrasse o sigilo necessário à investigação", disse o delegado, segundo informações do portal Uol.


Ao todo, 37 pessoas chegaram a ser presas na operação. De acordo com a PF, a investigação que culminou na operação Carne Fraca já acontecia havia dois anos. Na terça-feira, o juiz Marcos Josegrei, da 14ª Vara Federal de Curitiba, determinou que todas as perícias da investigação fossem apresentadas depois que o Ministério da Agricultura pediu mais detalhes sobre as provas e indícios da operação.


O laudo realizado pela PF foi em 2016 em produtos da Peccin Agroindustrial, um dos frigoríficos investigados. De acordo com a PF, a empresa é acusada de utilizar de carne estragada em salsichas e linguiças, utilização de cms (espécie de mistura de carnes para embutidos) acima do permitido, uso de aditivos acima do limite ou de aditivos proibidos na planta de Jaraguá do Sul (SC).


Em nota, publicada em seu site, a Peccin Agroindustrial disse ter "amplo interesse em contribuir com as investigações" e que está "inteiramente à disposição das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários". A nota diz, ainda, que a empresa está "confiante" de que os "órgãos competentes saberão discernir a efetiva veracidade dos fatos".


O outro documento técnico utilizado, produzido durante a apuração no Mapa, é sobre o frigorífico Souza Ramos. A PF afirma que o documento mostra que o frigorífico Souza Ramos teria fornecido às escolas estaduais do Paraná, após vencer licitação para fornecimento de merenda escolar, salsichas de frango em como se fossem peru. O Mapa começou a investigar o caso depois de uma denúncia.