IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

FGV: Confiança empresarial avança e tem maior nível desde fim de 2014

31/05/2017 08h49

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), subiu 1,2 ponto em maio, ante abril, para 86,4 pontos, feito o ajuste sazonal. É o maior nível desde dezembro de 2014, quando atingiu 87,7 pontos. Na comparação com maio de 2016, houve alta de 13,3 pontos. A pesquisa, segundo a FGV, não captou os efeitos da nova crise política.


Esta é a primeira divulgação do ICE, um agregado dos indicadores-síntese das quatro sondagens empresariais produzidas pelo Ibre. Seus dados serão disponibilizados todos os meses. Para construção do índice, foram colhidas informações 4.932 empresas da indústria, comércio, serviços e construção civil durante os dias 2 e 25 deste mês.


"A confiança empresarial manteve em maio a tendência de alta observada desde o início do ano. A boa notícia é a redução da distância, ainda grande, entre o nível dos indicadores que medem a percepção sobre o presente e os de expectativas. A má notícia é que a maior parte da coleta de dados para o fechamento deste mês já havia sido realizada quando uma nova crise política foi deflagrada no pais, em 17 de maio. O aumento da incerteza provocado por eventos desta natureza tende a afetar negativamente as expectativas", avalia Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas do Ibre-FGV.


Considerando-se os diferentes horizontes de tempo da pesquisa, a maior contribuição para o aumento da confiança em maio foi dada pelo Índice de Situação Atual (ISA-E), com alta de 1,1 ponto, para 80,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 0,3 ponto, alcançando 95 pontos.


O distanciamento entre a percepção atual dos empresários e as expectativas é visto também nas quatro sondagens que compõem o resultado empresarial. A sondagem com a maior diferença entre expectativas e percepção atual é da Construção com 20,9 pontos; seguida por Serviços com 13,8 pontos; Comércio com 11,9, enquanto a Indústria apresenta um distanciamento menor, de 6,7 pontos.


A alta da confiança empresarial ocorreu na Indústria e nos Serviços, os dois segmentos com maior peso. No Comércio, houve ligeira queda, de 0,5 ponto, após alta acumulada de 10,2 pontos nos três meses anteriores. Já a Construção continua apresentando resultado bem inferiores aos dos outros setores, retratando um setor ainda em clima de recessão.


Um indicador de certa fragilidade da alta da confiança empresarial no mês é a disseminação de segmentos em alta: em maio houve alta da confiança em 22 e queda em 26 dos 49 subsetores que integram o ICE.


Novo indicador


O Índice de Confiança Empresarial (ICE) agrega os dados das sondagens da Indústria de Transformação, Serviços, Comércio e Construção. Os segmentos cobertos pelas pesquisas representam mais de 50% da economia nacional, segundo a FGV.


Para calcular o novo indicador, o Ibre leva em conta pesos proporcionais à participação desses setores na economia, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os pesos serão atualizados anualmente. A variável de ponderação dos setores é o valor adicionado, exceto pelo Setor de Comércio, cujo peso é determinado pela margem de comercialização. As séries completas dos indicadores de confiança empresarial serão dessazonalizadas a cada mês.


Em 2017, o Setor de Serviços representa 38,3% do total da economia, a Indústria, 33,2%, seguidos por Comércio, com 20,1%, e Construção, com participação de 8,4%.