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Ibovespa cai, mas JBS dispara após leniência; dólar ronda R$ 3,25

31/05/2017 13h37

O Ibovespa tem uma quarta-feira de queda por conta da baixa das commodities, que arrasta Vale e Petrobras, e do desânimo com as perspectivas para a retomada da economia depois da divulgação do relatório sobre o desemprego no Brasil.


O principal índice do mercado acionário local recuava 1,39% às 13h28, para 63.051 pontos.A maior baixa do Ibovespa era Vale ON, de 4,90%. Vale PNA perdia 4,22%.Petrobras PN cedia 2,10% e Petrobras ON declinava 2,61%.


BTG Pactual tinha baixa depois da notícia de que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci está incluindo acusações de corrupção contra o banco em uma proposta de delação premiada. As ações do BTG sofriam perda de 4%.


Os investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sobre a Selic, a ser anunciada após o fechamento do pregão. A expectativa majoritária do mercado é de que a taxa básica de juros da economia seja reduzida em um ponto percentual, para 10,25% ao ano. No começo do mês, as apostas eram de que a autoridade monetária poderia ousar e reduzir os juros em 1,25 ponto percentual, mas a abertura de um novo capítulo na crise institucional brasileira esfriou um pouco os ânimos.


Entre as poucas altas do pregão, destaca-se a JBS, cuja controladora, a J&F Investimentos, chegou a um acordo para pagar R$ 10,3 bilhões em seu acordo de leniência, segundo anunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). O papel do frigorífico disparava 8,78%.


Câmbio


O dólar recua nesta quarta-feira aos menores níveis desde o estouro da crise política. As incertezas em Brasília mantêm o ambiente de cautela, mas os agentes financeiros comentam que a trajetória controlada da divisa se concentra em fundamentos mais sólidos e expectativa de continuidade da agenda econômica.


Nesta manhã, os vaivém pouco mais acentuado no câmbio ocorreu em meio a formação da última taxa Ptax do mês, que serve de referência para liquidação de derivativos. Até então, a moeda americana oscilava numa banda de R$ 3,25 e R$ 3,30 enquanto não se observa uma direção mais clara no ambiente doméstico.


Por volta das 13h30, o dólar recuava 0,37%, cotado a R$ 3,2495. Mais cedo, a moeda caiu até R$ 3,2331, nível mais baixo desde 17 de maio quando operava no pré-crise na mínima de R$ 3,0960. Vale lembrar que foi justamente na noite daquela quarta-feira que foram divulgadas as primeiras informações de delações dos executivos da JBS, dando início ao atual turbilhão político.


O câmbio doméstico já devolveu boa parte da fraqueza gerada há duas semanas pelo estouro da crise política. Ainda assim, no acumulado do mês, o real tem um dos piores desempenhos numa lista de 33 divisas globais.


Juros


Os juros futuros aguardam a decisão do Copom em viés de queda. Ainda que o ambiente político seja de incerteza, profissionais de mercado apontam que há um sentimento ligeiramente mais positivo com a continuidade da agenda econômica, incluindo o próprio processo de afrouxamento monetário.


Excluindo novos choques domésticos, o especialista aponta que o país pode manter a estabilidade econômica ao implementar apenas reformas mais superficiais antes das eleições de 2018. Ele aponta que "minirreformas", como foi ventilado nos últimos dias, poderiam ter um efeito positivo no curto prazo, mas não ajustaria os principais problemas estruturais. Essa iniciativa postergaria uma consolidação fiscal e novas medidas seriam ainda mais necessárias para estabilizar as contas públicas.


Entre os vértices mais longos, o DI janeiro/2023 cedia para 10,860%, ante 10,860% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2025 recuava a 11,040%, ante 11,050%.


A leitura menos tensa sobre a política também incide sobre as expectativas para o Copom. A expectativa majoritária no mercado é de corte de 1 ponto percentual, o que se traduz numa probabilidade embutida na curva de juros de cerca de 80%. Por outro lado, alguns profissionais apontam que o Copom pode adotar uma posição pouco mais conservadora diante da crise política, desencadeada há duas semanas pela divulgação de delações premiadas de executivos da JBS.


O DI janeiro/2018 operava a 9,310%, ante 9,310% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 marcava 9,380%, estável na mesma base de comparação. Já o DI janeiro/2021 registrava 10,430%, ante 10,420% no ajuste anterior.