Dólar tem maior queda em 5 semanas, mas fecha acima de R$ 3,30
Investidores aproveitaram o ambiente externo positivo para realizar lucros com a alta recente do dólar. O movimento ditou à moeda americana a maior queda diária em cinco semanas, mas a cotação defendeu a linha dos R$ 3,30, sinal da persistente cautela dos agentes.
O dólar comercial caiu 1,11%, a R$ 3,3015. É a maior queda diária desde o tombo de 3,79% do dia 19 de maio, pregão seguinte àquele no qual a moeda disparou 8,06%, maior alta desde 1999.
Na mínima de hoje, o dólar foi a R$ 3,2964.
No mercado futuro, o dólar para julho cedia 1,31%, a R$ 3,3045.
A queda foi "construída" no mercado futuro, que girou até as 17h38 240.175 contratos de dólar futuro. O mercado interbancário, porém, seguiu fraco em negócios. Dados da clearing de câmbio da B3 - cujos dados dão uma boa indicação do movimento entre bancos - mostram menos de US$ 467 milhões contratados, no total, para um e dois dias. Na segunda-feira passada, o total contratado chegou a US$ 834,651 milhões.
Até sexta-feira, a média diária dos últimos 21 dias úteis estava em US$ 1 bilhão, a menor desde 7 de dezembro, quando a média dos últimos 21 dias úteis havia sido de US$ 997,357 milhões.
Segundo operadores, a paradeira dos negócios no mercado interbancário se deve à combinação entre menos fluxo primário, com menos entradas de exportação, e à postura de evitar grandes movimentações diante da instabilidade política. A redução da liquidez fez a taxa do casado - cupom cambial de curtíssimo prazo - saltar para perto de 3% ao ano. Hoje, tanto o casado quanto o cupom cambial tiveram firmes quedas, mas a falta de perspectiva de fluxo mais intenso mantém as taxas em patamares mais elevados.
"Esta semana ainda tem a definição da Ptax de fim de mês. Então provavelmente vamos ver o mercado mais volátil nos próximos dias", diz o gerente da mesa de derivativos de uma corretora, lembrando ainda o cronograma de eventos políticos e da reforma trabalhista. O texto passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal na quarta-feira. Será mais um teste para o governo, que inesperadamente sofreu derrota na semana passada, quando o relatório passou pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa.
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