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Ibovespa tem melhor semana desde abril de 2016

14/07/2017 17h37

O Ibovespa subiu 5% nesta semana, o melhor desempenho semanal desde 15 de abril de 2016, quando houve ganho acumulado de 5,84% no período. O movimento positivo foi ajudado por notícias políticas locais e pela melhora no preço das commodities no mercado internacional.


Hoje, o Ibovespa subiu 0,40% e marcou 65.436 pontos, mas apesar da alta, o índice continua abaixo do patamar registrado antes do início da crise institucional, de 67.540 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 4,9 bilhões, abaixo da média diária do ano, que é de R$ 6,2 bilhões.


O movimento positivo do Ibovespa nesta semana foi reforçado pela volta do capital externo. Há três dias consecutivos, encerrados em 12 de julho, o saldo de investimento estrangeiro está positivo. No dia 12, dado mais recente divulgado pela B3, eles deixaram R$ 375,351 milhões no mercado acionário, o maior valor desde 22 de maio.


Do cenário político, a notícia que mais agradou os investidores nesta semana foi a condenação, ainda em primeira instância, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 9 anos e seis meses de prisão, o que pode deixá-lo fora da corrida presidencial. Ainda cabe recurso da sentença. A decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, ontem, de rejeitar a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o presidente Michel Temer não surpreendeu os investidores. Temer é acusado de corrupção passiva e a decisão da CCJ será analisada pelo plenário da Casa em 2 de agosto.


No cenário internacional, as boas notícias vieram da recuperação do preço das commodities, somado ao discurso da presidente do Fed, banco central americano, Janet Yellen, que alertou sobre um ciclo de aperto monetário mais curto e suave do que o previamente considerado. A alta das bolsas americanas também trouxe otimismo aos investidores.


Apesar da melhora do mercado de ações, a continuidade da trajetória de alta ainda é incerta. De acordo com operadores, a situação política ainda traz dúvidas e reduz as apostas de longo prazo. Na próxima semana, os investidores vão estar atentos ao início da divulgação dos balanços financeiros do segundo trimestre, a partir de quarta-feira. Os resultados podem indicar a retomada da economia, o que pode favorecer o investimento em ações.


Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis da MRV, que subiram 3,28%, seguidos pelas ações da Cemig, com ganho de 2,16%, Qualicorp, com alta de 1,77% e Klabin, que subiu 2,48%.


Em relatório, o Citi elevou a recomendação para as ações da MRV, passando de neutra para compra, e revisou para cima o preço-alvo de 12 meses das ações da construtora, de R$ 15,66 para R$ 16,60. Hoje, os papéis valiam R$ 13,84. Representantes da Cemig pretendem se reunir com a equipe do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) responsável pelo processo de privatização da Celg Distribuição, distribuidora goiana vendida pela Eletrobras e o governo de Goiás. O objetivo da companhia mineira é trocar informações com o banco para estruturar o seu processo de venda da participação da empresa na Light. Não há previsão de que o BNDES participe diretamente do processo.


As ações do sistema financeiro fecharam com comportamentos distintos. As ações ordinárias do Bradesco subiram 1,18% e os papéis do Santander recuaram 0,67%. Sustentadas pela valorização do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras fecharam em alta. As ações preferenciais subiram 1,40% e os papéis ordinários ganharam 0,52%. Os contratos futuros de petróleo WTI com vencimento em agosto fecharam com alta de 1,06% a US$ 46,58 o barril. As ações ordinárias da Vale tiveram valorização de 1,17% e os papéis preferenciais da classe A da mineradora subiram 1,39%.


As maiores quedas do dia foram das ações da Eletrobras. As ações preferenciais classe B recuaram 5,11% e os papéis ordinários tiveram baixa de 4,64%. A queda das ações reflete a mudança de direcionamento do governo sobre a distribuição dos recursos que poderão ser obtidos com a "descotização" das hidrelétricas da companhia.