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IPO do Carrefour no Brasil deve acelerar expansão, diz Fitch

20/07/2017 15h33

A agência de classificação de risco Fitch afirma que a oferta pública inicial de ações (IPO, da sigla em inglês) do Carrefour no Brasil se encaixa bem na estratégia do grupo de se desenvolver ainda mais fora do mercado francês, seu núcleo de atuação principal, avançando em países que oferecem perspectivas mais atraentes de crescimento no longo prazo.


As ações do Carrefour estrearam hoje na B3. Os papéis abriram em queda de 0,3%, cotados a R$ 14,95, e chegaram a recuar 4,3% na mínima do dia, a R$ 14,36. No entanto, as ações da varejista se recuperaram e agora caem 0,53%, a R$ 14,92.


Em relatório, a agência destaca que, após a aquisição pela Península ? veículo de investimento de Abilio Diniz ? de uma participação de 12% do Carrefour Brasil em 2014-2015, o IPO é uma forma de diversificar ainda mais os recursos financeiros do grupo varejista no País.


"Acreditamos que o Carrefour [no Brasil] provavelmente receberá uma participação crescente dos investimentos do grupo nos próximos anos. O IPO também é um meio para aumentar a visibilidade da empresa para os investidores locais", diz a Fitch.


A agência diz acreditar que os recursos levantados com o IPO, entre 1,3 bilhão e 1,4 bilhão de euros, serão utilizados para o pagamento de dívidas. Para a Fitch, essa estratégia dará à subsidiária brasileira uma flexibilidade financeira adicional para executar seus planos de expansão num mercado que ainda não está maduro.


O documento ainda ressalta que o Carrefour Brasil lidou bem com a recessão econômica brasileira por causa de sua alta exposição ao formato de "atacarejo", menos afetado pela crise. No entanto, a agência lembra que a competitividade no mercado brasileiro está aumentando, com o Grupo Pão de Açúcar investindo pesadamente no "atacarejo" através da rede Assai e tomando iniciativas importantes para reaquecer as vendas na rede Extra.


Quanto ao preço do IPO, fixado em R$ 15 por ação, no piso da faixa indicativa, a Fitch diz que o valor reflete o ambiente econômico difícil que persiste no Brasil, atualmente com rating 'BB', com perspectiva negativa. "Isso não é condizente com a forte posição do Carrefour no Brasil e às tendências positivas para o setor no longo prazo".