Dólar estende queda ante real e pode igualar série de baixas de 2005
O dólar amplia a série de quedas e recua a R$ 3,11 na manhã desta sexta-feira. A divisa sinaliza nestes primeiros negócios que ainda tem espaço para recuo adicional, podendo chegar a 11ª baixa consecutiva caso mantenha o sinal até o fim da tarde. Com isso, igualaria a sequência do fim de março e começo abril de 2005 quando contou com 11 fechamentos em baixa.
O movimento cambial no Brasil é atribuído em grande parte a uma reprecificação global do dólar. A cena política dos Estados Unidos vem causando preocupações crescentes entre os investidores, com percepção negativa sobre a capacidade do governo para avançar com a agenda econômica.
Na economia, a agenda internacional da próxima semana traz a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre. A leitura no mercado é de que o Fed não deve alterar os parâmetros de sua política monetária. Além disso, as novidades podem ser limitadas pela ausência da coletiva de imprensa da presidente Janet Yellen e da atualização dos projeções dos integrantes. A não ser que haja uma surpresa, não se espera grandes solavancos no câmbio global.
Já os dados de atividade dos EUA, se vierem aquém do esperado, podem contribuir para a trajetória de enfraquecimento da moeda americana. A visão entre os agentes financeiros já é de lentidão na inflação do país. Por isso, uma recuperação econômica mais morosa tem potencial de diminuir ainda mais as chances de uma nova elevação de juros pelo Fed neste ano.
A cotação da moeda americana no Brasil já voltou a níveis anteriores ao estouro da crise política, em meados de maio, quando foram divulgadas as conversas entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.
Perto das 10 horas, o dólar era transacionado a R$ 3,1256, queda de 0,03%, mas tocou mínima de R$ 3,1116, menor valor desde 17 de maio. Naquela sessão, o dólar caiu a R$ 3,0960 no momento mais fraco do dia e encerrou em R$ 3,1313.
O dólar agosto, por sua vez, subia 0,02%, para R$ 3,1280.
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