Ibovespa avança com alta de minério e petróleo; dólar passa de R$ 3,17
A bolsa de valores brasileira termina a primeira etapa do expediente desta terça-feira em alta, apoiada no setor de commodities.
Vale, siderúrgicas e Petrobras estão entre as maiores elevações do pregão por conta da apreciação das matérias-primas.
O Ibovespa subia 0,67%, para 65.533 pontos, às 13h30. O Índice de Materiais Básicos da B3 ganhava 1,24%, na maior alta entre sete grupos setoriais, com o avanço de 2,39% do minério de ferro, para US$ 69,48, e a elevação de 2,78% do petróleo tipo Brent, cotado a US$ 49,95 o barril com entrega em setembro na bolsa de Londres.
A ação ordinária da Vale liderava os ganhos em ambos os índices nesse horário, subindo 5,01%, para R$ 30,59, enquanto seu papel preferencial tipo A avançava 4,46%, a R$ 28,60.
A ação PN da Petrobras subia 2,41%, para R$ 13,19, e a ON ganhava 2,53%, para R$ 13,55. Os investidores estão mais otimistas com as perspectivas para a estatal depois de a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) sinalizar, em reunião realizada ontem, a intenção de punir os membros que não cumprirem o acordo de limitação das quantidades na venda do combustível, o que deve sustentar os preços da commodity no médio prazo.
Depois de informar ter registrado um aumento de 13,5% nas suas vendas líquidas no primeiro trimestre deste ano contra igual período de 2016, para R$ 6,15 bilhões, a Via Varejo disparava 5,13%, a R$ 13,73.
Já a Fibria recuava 2,83%, para R$ 32,95, após anunciar ter registrado um prejuízo líquido de R$ 262 milhões no intervalo de abril a junho de 2017 ante o mesmo trimestre de 2016. A pior projeção entre analistas consultados pelo Valor era do BTG Pactual, de uma perda de R$ 32 milhões.
A fabricante e distribuidora de medicamentos Biotoscana estreava hoje na B3 com alta de 3,77%, aos R$ 27,50, após obter R$ 1,342 bilhão na sua venda inicial de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), encerrada na sexta passada.
Dólar
O dólar ganhou força ao longo da sessão e opera em alta moderada no nível de R$ 3,16. O movimento se apoia no ligeiro avanço da divisa americana ante emergentes e moedas commodities antes da decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira. Por aqui, foi embutido ainda algum prêmio de risco por causa de novos ruídos políticos em torno de uma possível revisão da meta fiscal de 2017.
Com isso, o câmbio doméstico tem o segundo pior desempenho numa lista de 33 divisas globais. A desvalorização do real só é melhor do que a do rand sul-africano. Já moedas como o peso mexicano e lira turca também perde terreno, mas num ritmo mais ameno que o da divisa brasileira.
Domesticamente, debate-se no mercado relato de que o governo estaria considerando a possibilidade de revisar a meta fiscal de 2017. A medida seria defendida pela ala política do governo diante do risco de paralisação completa da máquina pública por falta de recursos. No entanto, encontraria forte oposição da equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de acordo com informações do jornal O Globo.
Ainda conforme a publicação, a própria permanência do ministro no cargo poderia ficar condicionada à preservação da meta. Esta é a maior preocupação do mercado, de acordo com operadores. Por ora, entretanto, o risco de saída do ministro é vista com ceticismo. "Não acredito na saída de Meirelles porque a equipe econômica é um dos pilares do governo de Michel Temer", diz um profissional de São Paulo. "Tem uma preocupação no mercado, mas não parece algo que vá se concretizar. Se fosse assim, o dólar estar num patamar muito mais elevado", acrescenta.
Às 13h30, o dólar comercial sobe 0,77%, cotado a R$ 3,1712.
No exterior, o mercado aguarda a decisão de política monetária do Federal Reserve amanhã. A leitura majoritária entre os agentes financeiros é que a autoridade monetária não deve aumentar tão cedo os juros dos Fed Funds, atualmente no intervalo de 1% e 1,25%. De acordo com cálculos do CME Group, o mercado de renda fixa americano precifica menos de 50% de chance de um aperto monetário em 2017. Por outro lado, o comunicado da instituição pode trazer sinais sobre seus futuros passos, com a redução do balanço patrimonial.
Juros
A percepção de risco no mercado de renda fixa aumenta nesta terça-feira. Os juros futuros de prazos mais longos operam em alta enquanto aumenta a diferença destas taxas com os vértices mais curtos. A posição mais cautelosa dos agentes financeiros é atribuída a preocupações em torno de uma possível mudança na meta fiscal de 2017, atualmente de déficit primário de R$ 139 bilhões.
O DI janeiro/2018 marca 8,520%, estável ante o ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 opera em 8,420%, ante 8,400% na mesma base de comparação.
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