Dólar acelera queda pelo mundo após Fed manter juro; Ibovespa cai
O dólar ampliou as perdas globalmente na tarde desta quarta-feira, após o Federal Reserve (Fed, BC americano) manter o juro estável entre 1% e 1,25% ao ano. O documento não trouxe mudanças significativas, o que leva o mercado a continuar de olho na possibilidade de não haver mais aperto monetário nos EUA ainda neste ano.
No comunicado da decisão, o Fed disse que a economia cresce "moderadamente" e que a recuperação do mercado de trabalho continua "sólida". Mas também notou que a inflação de forma geral tem recuado, com o BC americano monitorando "cuidadosamente" as tendências de preços.
Às 15h30, o dólar comercial recuava 0,70%, a R$ 3,1448. Pouco antes da divulgação do comunicado, a moeda recuava 0,27%.
No exterior, o ICE U.S. Dollar Index - que mede a variação da moeda americana frente a uma cesta com seis divisas de países do G-10 - acelerava as perdas para 0,40%, a 93,54. O índice flerta com uma mínima em mais de um ano atingida ontem.
A queda do Dollar Index é puxada pelo euro, que de estável antes do Fed passou a subir 0,46%, a US$ 1,17018, aproximando-se de máximas desde agosto de 2015.
O dólar também perde força frente ao iene. A divisa americana cedia 0,35%, a 111,511 ienes. Pouco antes do anúncio da decisão do BC americano, o dólar avançava 0,10% ante a moeda japonesa.
Da mesma forma, moedas emergentes ampliaram ganhos. O rand sul-africano subia perto de 1% após o Fed, dobrando a alta vista antes da decisão de política monetária nos EUA.
A lira turca avançava 0,69%, ante 0,35% pouco antes do Fed. E o peso mexicano ganhava 0,75%, ante 0,20% de pouco antes das 15h.
Ibovespa
Já o Ibovespa manteve a queda em que operava nesta tarde após o Fed anunciar a manutenção da taxa básica de juros. Às 15h30, o índice caía 0,64% aos 65.246 pontos com giro financeiro de R$ 3,8 bilhões, projetando R$ 5,1 bilhões para o final do dia. Em tese, a manutenção dos juros nos Estados Unidos favorece os investimentos em renda variável. Esse efeito se percebe nas bolsas globais. Mas, no Brasil, a força da realização de lucros acabou prevalecendo e não foi alterada pelo resultado do Fed, amplamente esperado pelo mercado.
Em comunicado divulgado após a decisão, o Fed informou que começará a reduzir o balanço "relativamente em breve", o que pode fazer com que o processo tenha início tão breve quanto no próximo encontro do banco central em setembro. No comunicado anterior, o Fed afirmava que iria começar o processo de redução do balanço "neste ano".
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