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Ibovespa tem leve alta, mas giro supera R$ 15,6 bilhões

16/08/2017 17h43

O Ibovespa chegou muito perto da marca psicológica dos 69 mil pontos, máxima do ano, mas faltou fôlego para ultrapassá-la. No melhor momento do pregão, o índice marcou 68.950 pontos - acima, portanto, dos 68.894 pontos registrados antes do início da crise política, em 16 de maio. No fim do dia, retornou aos 68.594 pontos, uma alta de 0,35%. O giro financeiro surpreendeu: foram R$ 15,694 bilhões, volume inflado pelo resultado do exercício de opções sobre o Ibovespa futuro.


A acirrada disputa entre os investidores comprados e vendidos no vencimento dos contratos futuros e de opções sobre Ibovespa fez com que o índice oscilasse entre a máxima de 68.950 pontos e o patamar mínimo de 68.304 pontos, uma variação de 646 pontos. De acordo com operadores, a discussão sobre a capacidade do Ibovespa retomar a trajetória positiva observada antes da crise deu margem para o aumento das apostas com o Ibovespa futuro, o que se refletiu no maior volume financeiro. No último vencimento de opções sobre o Ibovespa, em 12 de julho, o movimento com opções ficou em R$ 7,7 bilhões.


Apesar de um cenário macroeconômico de queda dos juros, inflação em baixa, e resultados financeiros do segundo trimestre um pouco mais positivos do que o esperado, o Ibovespa tem dificuldades de sair do patamar entre os 68 mil e 69 mil pontos.


Hoje, o Ibovespa também teve impulso com a divulgação da ata do Fed, o banco central americano, e o comentário da agência de classificação de risco de crédito Moody's sobre a mudança na meta fiscal.


O documento do Fed informou que o declínio da taxa de inflação é um movimento pontual devido a fatores como queda dos preços de celulares e de remédios vendidos com receita. A equipe do Fed afirmou que a inflação vai se elevar para a meta de 2% ao ano do Fed em 2018 e 2019, apesar de ter falhado em alcançar essa estimativa repetidamente nos últimos anos.


A avaliação dos operadores de mercado brasileiro é de que, com a inflação em baixa, o Fed não teria necessidade de aumentar as taxas de juros além do já previsto, o que favorece o investimento em ativos de risco, como a bolsa brasileira.


No começo da tarde, a Moody's divulgou um comentário sobre a revisão das metas fiscais anunciada ontem pelo governo. Segundo a agência, a mudança para 2017 não afeta o cenário-base, mas as alterações para os próximos anos não estavam nas contas. A agência informou que as perspectivas para o rating do Brasil no médio prazo serão impactadas mais pelo resultado das reformas propostas do que pelas metas fiscais de curto prazo. "Se aprovada, a reforma da Previdência reduzirá o crescimento das despesas do governo, contribuindo para a restauração da sustentabilidade fiscal e para contenção do aumento da dívida pública", informa o texto.


Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores altas do dia ficaram com os papéis ordinários da Fibria, que subiram 5,14%, seguidos pelas ações PNA da Suzano Papel e Celulose, com alta de 4,72%. De acordo com a jornalista Stella Fontes, do Valor, um movimento de consolidação entre as duas empresas é considerado positivo. O presidente da Suzano, Walter Schalka, foi questionado sobre o assunto e mostrou-se favorável à operação, em um momento que a venda da Eldorado pode abrir as portas do país para um novo competidor de capital estrangeiro - a Asia Pulp & Paper.


Além disso, a alta no preço da celulose e também a correção do preço do dólar por aqui - que subiu 0,89% neste mês explicam essa reação das ações. Os papéis da Klabin tiveram alta de 1,91%. Esta semana, a Citi Corretora elevou a recomendação das ações da Suzano e da Fibria de neutra para compra, justamente porque os fundamentos da celulose proporcionaram uma oportunidade tática para o fim do ano.


Entre as principais ações do setor de commodities, Vale fechou em alta e as ações da Petrobras recuaram. As ações ordinárias da Vale tiveram ganho de 1,96% e registraram o maior volume financeiro do Ibovespa, de R$ 825 milhões. Já as ações preferenciais da Petrobras caíram 0,15% e os papéis ordinários tiveram baixa de 0,29%.