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Expectativa com economia ampara dia positivo para Ibovespa; dólar cai

06/09/2017 13h59

Na véspera do feriado no Brasil, o mercado se fortalece em torno da continuidade das perspectivas positivas com a economia doméstica. O cenário internacional, mais calmo e com menor aversão, também dá suporte para o índice continuar em busca dos patamares históricos.


Às 13h55, o Ibovespa operava com alta de 1,62%, a 73.317 pontos. O giro financeiro já atinge R$ 4,2 bilhões.


No destaque positivo, a Braskem PNA avança 4,07%, a R$ 40,43, a Embraer ON sobe 3,84%, a R$ 18,37, e a BR Malls valoriza 3,62%, a R$ 14,01.


A Petrobras ON também acompanha as altas e sobe 3,64%, a R$ 15,39, enquanto PN valoriza 2,85%, a R$ 14,82. Trata-se do maior preço intraday da ação ON da petroleira desde 16 de maio. Vale ON tem ganho de 0,37%, a R$ 35,73.


"Depois de um dia como ontem, em que a bolsa sinalizou alta e acabou devolvendo um pouco com o ambiente externo pior, hoje ela volta a ter impulso, com uma confiança do investidor generalizada com a economia, especialmente depois do IPCA mostrar nova desaceleração da inflação e diante da expectativa de corte da Selic hoje pelo Copom [Comitê de Política Monetária", afirma Eduardo Roche, analista da gestora Canepa.


O corte de um ponto percentual para a taxa básica de juros, a 8,25% ao ano, estimula aumento da posição de investidores em bolsa, em busca de maior rentabilidade. Além disso, os investidores devem ficar atentos ao comunicado do Copom, em busca de sinalizações de novos cortes até o fim do ano.


O mercado também recebe bem notícias da frente política, como a aprovação da nova meta fiscal para 2017 e 2018, de déficit de R$ 159 bilhões. Embora os riscos ainda existam, em um mercado já muito positivo, o evento ajuda a manter a leitura quanto a outras reformas.


"O volume de hoje já é muito bom para um dia pré-feriado e lá fora não temos no momento notícias que limitem os ganhos. Por isso, não apenas hoje mas até o fim do ano, nossa visão ainda segue favorável para a bolsa", afirma Rafael Gonzalez, sócio da Platinum Investimentos.


As notícias positivas no ambiente corporativo também dão força a papéis específicos, caso da Embraer, após a fabricante de jatos anunciar um pedido firme de 25 aeronaves para a SkyWest. No caso da Petrobras, além da alta dos preços do petróleo lá fora, o anúncio da venda de sua fatia na transportadora TAG também ajuda no desempenho.


Além disso, estatais como Eletrobras e Petrobras e outras empresas privatizadas, como a própria Embraer, Vale e IRB, também operam de olho na notícia de que o governo estuda excluir suas "golden shares", ações que dão direito a veto em alguns temas, de companhias em que detém participação.


A Eletrobras ON sobe 0,27%, a R$ 18,85, enquanto a PNn sobe 0,79%, a R$ 21,67. O Banco do Brasil avança 2,19%, a R$ 32,70.


Dólar


A queda do dólar volta a ganhar fôlego no início da tarde desta quarta-feira. A divisa americana ronda a casa de R$ 3,10 e recua ao menor nível desde meados de maio, acumulando agora seis sessões consecutivas de baixa. O movimento por aqui se alinha à valorização das divisas emergentes, que lideram os ganhos do dia.


No final da manhã, foi anunciada a renúncia de Stanley Fischer à vice-presidência do Federal Reserve. Em carta enviada ao presidente Donald Trump, o dirigente de 73 anos alegou razões pessoais para deixar o cargo. A saída deve ser efetivada em torno do próximo dia 13 de outubro, encurtando o mandato de Fischer que terminaria em junho do ano que vem.


Fischer era considerado um dos dirigentes com a postura mais "hawkish" dentro do Fomc. E sua saída ocorre num momento de enfraquecimento global da moeda americana diante da perspectiva de que uma nova alta de juros só deve ocorrer em 2018.


Numa lista de 33 divisas globais, apenas 8 moedas perdem terreno para o dólar. Na outra ponta, são os papéis de emergentes e ligados a commodities que lideram o desempenho diário.


Por volta das 13h52, a divisa americana opera em baixa de 0,49%, a R$ 3,1037. Este é o menor nível intradia desde 17 de maio quando marcou R$ 3,0960. A data marca a sessão anterior ao estouro da crise política no Brasil.


Operadores têm comentado, entretanto, que o dólar encontra dificuldade para cair abaixo de R$ 3,10, como se verificou no começo do dia. Por isso, é possível que a divisa volte a se acomodar ao longo da sessão.


Por aqui, os mercados reagem ainda à criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), aprovada ontem pelo Senado como esperado. Agora a medida vai para sansão presidencial. Além disso, o aval parlamentar à mudança de metas fiscais também alimentam a perspectiva positiva dos investidores sobre a agenda econômica do governo.


Ontem, o prêmio de risco político no dólar e nos juros futuros de prazos mais longos já foi reduzido diante da leitura de que o presidente Michel Temer está fortalecido contra uma eventual denúncia da PGR. Isso porque a investigação da própria procuradoria sobre as delações premiadas de executivos da JBS colocaria em xeque a credibilidade das provas usadas contra Temer.


Juros


O mercado de juros futuros calibra as apostas para trajetória da taxa Selic. A decisão do Copom no fim da tarde desta quarta-feira teria espaço limitado para movimento os ativos. Isso porque o corte de 1 ponto percentual, para 8,25% ao ano, já está amplamente precificado na curva de juros. No entanto, a nova surpresa positiva no fronte inflacionário e a melhora da percepção para agenda econômica do governo garantem firme descompressão nos vértices intermediários.


O DI janeiro/2018 cai a 7,660% (7,740% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recua a 7,650% (7,790% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 opera a 8,980% (9,070% no ajuste anterior) enquanto o dólar comercial cai 0,09%, a R$ 3,1163.