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Dólar fecha em alta em dia de ajustes no exterior

21/09/2017 18h05

O mercado doméstico não ficou ileso dos ajustes globais à percepção de que o Federal Reserve ainda pode elevar juros novamente em 2017. O dólar fechou em alta moderada por aqui e se aproximou de R$ 3,15. O movimento esteve alinhado com o recuo dos principais emergentes nesta quinta-feira. Ainda assim, é baixa a perspectiva de um grande mudança de cenário, mesmo que o banco central dos EUA concretize o plano de voo.


Domesticamente, há ainda a pressão positiva vinda de captações externas e expectativa de entrada de recursos no país. Entra nessa conta a leitura de que o país caminha, aos poucos, para recuperação da atividade enquanto os juros seguem em trajetória de baixa. O sinal para a política monetária foi reforçado hoje pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e pela desaceleração no IPCA-15, lidos pelo mercado como indicação de que o Banco Central tem espaço para levar a Selic para menos de 7%.


Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, o dólar ainda deve oscilar no curto prazo entre R$ 3,10 a R$ 3,15. "É muito pouco provável que o dólar ultrapasse o nosso gatilho de reversão de R$ 3,18", diz. Isto porque necessitaria de uma reversão global do dólar e "ainda é possível que caia para R$ 3,05". Sendo assim, haveria espaço para aproveitar este intervalo de preços nas operações de compra e venda.


O dólar comercial terminou a sessão em alta de 0,41%, a R$ 3,1428. Na máxima, atingiu R$ 3,1471 e, na mínima, R$ 3,1258. O contrato futuro para outubro, por usa vez, marcava R$ 3,1460, em alta de 0,29%.


As divisas commodities e emergentes registraram hoje os piores desempenhos numa lista de 33 moedas globais. "Em termos de fundamento, existe espaço para o dólar corrigir para cima", diz o operador Cleber Alessie Machado Neto, da H.Commcor. "O mercado tem de se ajustar - os yields (retorno ao investidor) dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) estão em alta - porque um novo aumento de juros pelo Fed neste ano tem mais chance", acrescenta.


O cenário no Rabobank advém de um novo aumento de juros nos EUA apenas em 2018, à medida que a instituição vê a inflação baixa como fenômeno persistente e com maior peso nos próximos passos do Fed. "Contudo, o anúncio de ontem eleva marginalmente o risco de um movimento ainda em 2017, o que poderia levar a uma leve correção em ativos arriscados - como as moedas de países emergentes (real brasileiro, inclusive)", acrescenta.