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Sindicatos perdem 1 milhão de associados em cinco anos, mostra IBGE

18/10/2017 11h23

(Atualizada às 10h28) Os sindicatos espalhados pelo país perderam ao todo cerca de 1 milhão de associados no período de 2012 a 2016, mostra o primeiro módulo temático da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


De acordo com a pesquisa, o país tinha 16,87 milhões de pessoas sindicalizadas no ano passado, 5,6% a menos na comparação a 2012 (17,91 milhões). Em 2015, o total chegou a 18,24 milhões de pessoas. Esses contingentes são formados tanto por pessoas empregadas quanto por aquelas que já trabalharam em algum momento, inclusive aposentados.


Proporcionalmente, o número de pessoas sindicalizadas também encolheu. Em 2012, 13,6% das pessoas empregadas ou que já foram empregadas estavam associadas a algum sindicato. Em 2016, essa proporção recuou 12,1%, conforme a pesquisa do IBGE, realizada por meio de visitas domiciliares em todo o país.


Segundo Adriana Araújo Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, os trabalhadores atualmente empregados representam 80% do total de sindicalizados. A parcela restante é composta por pessoas desempregadas ou mesmo fora da força de trabalho, como aposentados.


"Sabemos que houve queda no número de pessoas ocupadas (empregadas) no país em 2015 e 2016. Como a maior parcela do pessoal associado a sindicatos é de pessoas ocupadas (empregadas), isso trouxe reflexo para os números da sindicalização", disse a técnica do IBGE.


Dos sindicalizados atualmente empregados, 18,5% estão no grupo de atividades que engloba administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Outros 15,2% são da atividade industrial, seguidos da área de agricultura, pecuária, pesca (15,1%) e do comércio (13,4%).


Das grandes regiões, o Nordeste concentra a maior parcela de sindicalizados, considerados termos proporcionais. Do total de pessoas empregadas ou anteriormente já ocupadas, 14,7% eram sindicalizados na região. A proporção era menor no Sul (14,2%), Norte (10,6%), Sudeste (10,7%) e Centro-Oeste (9,4%).


"O número de pessoas empregadas nas atividades de educação e saúde se manteve um pouco nas pesquisas do IBGE. São áreas que têm muitos sindicalizados e, por não ter enfrentado tanta dispensa, mantiveram o Nordeste como a região que concentra o maior número de pessoas sindicalizadas no país", disse Adriana.


A proporção entre homens e mulheres sindicalizados também se estreitou. Em 2012, 15,3% dos homens eram sindicalizados, ante 11,9% das mulheres. Em 2016, 13,1% dos homens eram sindicalizados, versus 11,2% das mulheres. "A diferença reduziu-se mais pela baixa verificadas entre os homens do que o crescimento entre mulheres", afirmou a analista.


Cooperativas


O módulo da Pnad contínua mostra também que as cooperativas de trabalho perderam espaço no Brasil, apesar do maior número de profissionais autônomos e empregadores. Conforme a pesquisa, das 26,8 milhões de pessoas ocupadas por conta própria e como empregadores em 2016, 5,9% eram associados a cooperativa de trabalho ou produção. Esse proporção era de 6,4% em 2012, quando havia 24 milhões de trabalhadores por conta própria e empregadores no país.


Dos trabalhadores cooperativados, 46,3% estão na atividade de agricultura. São, por exemplo, cooperativas de produtores de leite. Outros 14,2% estão na atividade do comércio e 11% no transporte e armazenagem. Neste último caso, estão as cooperativas de taxistas.


"A pesquisa não permite avaliar se essa queda ocorreu porque os que profissionais saíram das cooperativas ou se os novos profissionais não aderiram no período", afirma Adriana.