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Usiminas está normalizada, diz presidente

22/11/2017 11h40

(Atualizada às 11h54) Após escapar por pouco da recuperação judicial no ano passado, a Usiminas está agora com ritmo normalizado de operações e resultados, declarou nesta quarta-feira (22) o presidente da empresa, Sérgio Leite.


Em reunião organizada pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), o executivo lembrou que, depois de quase três anos sem fazer planejamento estratégico, a companhia finalmente voltou a pensar em ações de longo prazo. "Nosso foco é reposicionar a Usiminas como referência nacional e mundial", disse.


No mesmo evento, Ronald Seckelmann, vice-presidente financeiro da siderúrgica, afirmou que esse processo desde a reestruturação da dívida passou também por enxugar a estrutura de custos. Para ele, hoje as margens da Usiminas estão entre as maiores do mundo.


"Para se ter uma ideia do tamanho das mudanças, o escritório em São Paulo ocupava dois andares e hoje estamos em apenas um quarto de andar", disse. "Nossas despesas gerais e administrativas também caíram a um nível mundial muito baixo."


Já o diretor da Mineração Usiminas (Musa), Wilfred Bruijn, comentou que nos dias atuais é essencial fazer hedge de preços do minério de ferro antes de exportá-lo. Ele ressaltou que todos os navios embarcados pela mineradora agora saem com o preço "travado".


"Como estamos sempre atuando com três fatores que alteram muito o resultado, o preço do minério, o frete e o câmbio, temos que nos proteger da volatilidade", disse o executivo. "Hoje damos lucro com o minério a US$ 55."


Desalavancagem


Em 20189, a grande prioridade financeira da Usiminas será avançar com o processo de redução da alavancagem, disse Seckelmann. O executivo, por outro lado, não revelou uma meta formal.


De acordo com ele, a expectativa é que a partir de 2019 a Usiminas possa começar a trabalhar com a chamada "gestão de passivos", basicamente reduzindo o custo da dívida.


"Quando renegociamos a dívida com os bancos, era um momento muito delicado não só para nós como para o mercado financeiro também e, por isso, os termos não são tão positivos quanto poderiam", disse Seckelmann. "Agora, para conseguir trocar essas obrigações ou fazer uma repactuação com os bancos, precisamos atingir algumas metas. Acredito que poderemos a partir de 2019."


Segundo o executivo, no longo prazo, a Usiminas pretende a ser uma pagadora de dividendos maiores a seus acionistas, mas a situação recente ainda não permite desembolsos maiores. Ele disse que, no ano que vem, por exemplo, se houver algum pagamento de provento, será apenas o mínimo possível do lucro registrado neste ano.