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Usiminas vai reajustar preço para setor automotivo ainda este ano

22/11/2017 13h08

A Usiminas deve promover reajustes no contrato anual de fornecimento a montadoras na última quinzena de dezembro, afirmou nesta quarta-feira (22) o presidente da siderúrgica, Sérgio Leite. Durante reunião organizada pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo, o executivo confirmou que ainda negocia um aumento de 25% para 2018.


As conversas das siderúrgicas com o setor automotivo costumam gerar impasse. Para o ano que vem, as usinas estão pedindo, em geral, pelo menos a alta de 25%. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por sua vez, já mencionou reajuste de 30%.


Daqui para frente, acrescentou Leite, o preço do aço destinado à distribuição provavelmente ficará estável. Para a indústria, excluindo as montadoras, ainda há um aumento residual a ser aplicado, uma vez que a tabela de preços costuma ser alterada a cada seis meses.


O presidente da siderúrgica também ressaltou que o prêmio, ou a diferença de preço entre o aço nacional e o importado, encontra-se atualmente em 10%, um nível ainda considerado saudável para não estimular a concorrência com produtos do exterior.


Segundo Leite, o nível ideal de participação da importação no consumo de aços planos é de 5% a 10%. No acumulado do ano, a penetração encontra-se em 13%, algo que a Usiminas "permitiu" para capturar um preço de venda relativamente maior por um período, disse o executivo.


Chapa grossa


Sem perspectiva de retomada consistente de investimentos e com o setor de petróleo e gás ainda praticamente parado, não há projeção, ao menos até o médio prazo, de recuperação no consumo brasileiro de chapas grossas, disse Leite.


Por muito tempo, a siderúrgica minera foi a única produtora nacional desse tipo de aço, mas recentemente ganhou a concorrência da Gerdau. E em alguns projetos novos que surgiram, como no Estaleiro Atlântico Sul, as usinas brasileira chegaram a perder o contrato para importações.


Ronald Seckelmann, vice-presidente financeiro da companhia, ressaltou durante evento da Apimec que, apesar de o senso comum ser de que produtos com maior valor agregado garantem maior rentabilidade, as margens de venda da chapa grossa hoje são menores do que as da bobina a quente, quase uma commodity no mercado de aço.


Leite também informou que a expectativa é de uma decisão final em cerca de 60 dias no caso de antidumping contra laminados a quente de China e Rússia.