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Especulação sobre Previdência leva Ibovespa de volta aos 72 mil pontos

29/11/2017 20h37

As especulações do mercado em torno da reforma da Previdência voltaram a causar nervosismo entre os investidores e levaram o Ibovespa a voltar aos 72 mil pontos. Com a proximidade do prazo desejado pelo governo e pelo Congresso para aprovar a pauta ? semana que vem ?, o receio de que o governo não consiga os votos necess[ários para a aprovação do projeto tomou conta dos investidores, que adotaramuma postura defensiva. Além da falta de manifestações firmes de apoio à reforma, pesaram sobre os negócios algumas declarações sobre um possível adiamento da votação para o próximo ano.


O Ibovespa fechou hoje em queda de 1,94%, aos 72.700 pontos, patamar mínimo do dia. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões. O movimento leva o Ibovespa a caminhar para o pior desempenho mensal desde maio, quando caiu 4,12% ? no acumulado de novembro até hoje, a queda é de 2,16%.


O noticiário do exterior foi o primeiro a limitar os ganhos durante a manhã. A primeira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre apontou uma leitura trimestral mais forte em três anos, um resultado me linha com a expectativa.


Logo perto da divulgação do dado americano, o Ibovespa chegou a zerar os leves ganhos registrados, mas a piora veio principalmente durante a tarde, com o noticiário político ainda visto como difuso pelo investidor. Apesar dos esforços do governo e das sinalizações de que a reforma ainda tem condições de avançar, a ausência de um panorama mais claro continua provocando a tentativa de precificação de um atraso da pauta.


Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia mostrado animação com a possibilidade de aprovação da reforma, mesmo sem o número suficiente de votos na casa, segundo uma fonte que participou de encontro do parlamentar com representantes do mercado hoje.


Durante a tarde de hoje, porém, a dificuldade de vislumbrar com clareza o quanto desse otimismo pode se reverter num cenário favorável voltou a dominar os negócios. O líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), reconheceu que nem metade dos integrantes da bancada do partido está disposta a votar pela aprovação.


Já o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), afirmou que "não tem base nenhuma" a informação de que 40 dos 46 deputados do partido votarão a favor da pauta. Segundo ele, a bancada não se reuniu para discutir o assunto porque está muito cedo.


"Ainda estamos vendo articulações do governo com a pauta, mas não há votos suficientes para aprovar o tema no Congresso, então sempre fica o questionamento do investidor se todo esse movimento será suficiente para passar a reforma na semana que vem", afirma Ari Santos, da H. Commcor.


Entre as maiores baixas, investidores buscaram se desfazer de papéis da CPFL Energia, que tem amanhã o leilão da oferta pública para aquisição de ações (OPA). O objetivo, segundo um operador, é evitar ficar com um papel que tem grandes chances de perder a liquidez depois da operação. A ação da empresa caiu 6,89%, a R$ 25,28.


Também entre as quedas estão papéis relevantes para o índice, caso da Petrobras PN (-3,22%, a R$ 15,30) e do Banco do Brasil (-4,53%, a R$ 31,16).