Juro futuro tem forte alta, com descrença sobre reforma da Previdência
A deterioração das expectativas para a reforma da Previdência impôs à renda fixa o pior dia em duas semanas nesta quarta-feira. Várias das taxas dos contratos mais longos subiram mais de 10 pontos-base, reflexo da busca pelo investidor de posições mais defensivas à medida que se aproxima prazo para eventual votação do texto na Câmara dos Deputados.
Operadores não citaram um fator específico para a onda de compra de taxa, mas lembraram uma série de notícias nesta quarta que colocaram em xeque a crença de que o governo obterá os 308 votos mínimas para aprovação do projeto na Câmara. "Há muito boato no mercado", resume um profissional.
Para o Nomura, os participantes do mercado "cada vez mais não incluirão uma reforma previdenciária significativa em seus cenários-base", incluindo a própria instituição japonesa.
O ajuste de alta nos DIs ocorreu porque nos últimos dias as taxas vinham caindo também amparadas pela melhora do sentimento em relação à reforma.As notícias de hoje vão na direção contrária à sensação passada nos últimos dias.
Um operador chama a atenção para rumores de que mesmo lideranças do governo estariam comentando sobre a impossibilidade de votar na semana que vem o texto em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
A agentes de mercado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse ontem que o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), prometeu apoio à reforma. No PR, o tema parece "estar bem encaminhado", afirmou Maia em encontro com integrantes de mercado, segundo relato de um deles.
Hoje, porém, o líder do PP na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), afirmou que "não tem base nenhuma" a informação de que 40 dos 46 deputados do partido votarão a favor da mudança das regras previdenciárias. "Qualquer conta agora vai ser prejudicada, não chegará aos 308 votos" necessários, disse Lira.
Também nesta quarta, Maia disse ser necessário avaliar o impacto das medidas que o PSDB propôs para o texto da reforma. A declaração sinaliza que os 35 a 40 votos prometidos pelos tucanos em apoio ainda não estão garantidos e podem se tornar menos prováveis com a expectativa de desembarque do PSDB da base do governo.
Em outra notícia que não agradou, o vice-líder do PSD na Câmara, deputado Domingos Neto (CE), defendeu que o governo só paute em fevereiro a reforma da Previdência.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2021 subiu a 9,300% (9,190% no ajuste anterior). Em relação ao fechamento de ontem, a alta é de 9 pontos-base, a mais forte desde 14 de novembro (12 pontos-base).
O DI janeiro/2023 tinha alta para 10,170%, 12 pontos-base acima do encerramento de ontem - também a maior alta desde 14 de novembro.
O DI janeiro/2019 - que reflete apostas para a evolução da Selic ao longo de 2018 - subia a 7,130%. Frente à última taxa de ontem, a variação é de 5 pontos-base, igualando-se à variação observada em 9 de novembro.
A diferença entre as taxas para janeiro/2023 e janeiro/2019 subiu a 304 pontos-base, máxima desde 14 de novembro.
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