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Ibovespa atinge marca de 80 mil pontos em dia de recordes em NY

16/01/2018 14h36

Num dia muito positivo para os mercados de ações em todo o mundo, o Ibovespa conseguiu romper a linha dos 80 mil pontos e renovar, assim, sua marca histórica. Da mesma forma como ocorreu em outros momentos positivos do mercado, os ganhos estão bastante espalhados entre diferentes setores, desde os que se beneficiam da valorização de commodities quanto os ligados à economia doméstica.


Às 13h30, o Ibovespa subia 0,47% para 80.130 pontos, depois de alcançar a máxima de 80.222 pontos. O giro financeiro é firme, de R$ 2,392 bilhões.


Quem destoa desse clima positivo hoje é Vale e Bradespar, que se ressentem da queda do preço do minério de ferro pela terceira sessão consecutiva. Vale ON recuava 1,96% e Bradespar PN, -2,22%.


A percepção de que o mundo passa por um período de crescimento sincronizado, como há tempos não se via, tem sustentado fortes ganhos nas bolsas globais. Hoje, na abertura, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq voltaram a renovar suas máximas intradia, sob efeito dessa visão benigna, de crescimento mais vigoroso em curso. Leitura que se faz também a respeito da Europa, Ásia e países emergentes.


No Brasil, esse clima positivo no exterior tem trazido o investidor estrangeiro nas últimas semanas de volta ao mercado local, o que justifica boa parte da alta de 4,75% do Ibovespa no acumulado deste ano. Esse movimento explica o fato de os ganhos não estarem concentrados em papéis ou setores específicos. Mas analistas afirmam que a dinâmica doméstica, de crescimento num cenário de inflação e juros baixos, deve ser levada em conta para explicar a valorização da bolsa.


Entre as maiores altas, o destaque hoje é Braskem PNA (3,79%), reagindo à elevação do preço-alvo do papel pelo Itaú BBA, para R$ 55,00.


Também estão na lista das maiores altas Petrobras PN (2,65%), Petrobras ON (2,28%), Eletrobras ON (2,47%) e Eletrobras PNB (2,04%).


As ações de siderurgia, que iniciam a sessão em ritmo de realização de lucros, também voltaram a subir. CSN ganhava 1,58%, Usiminas avançava 0,44%, Gerdau subia 0,81% e Gerdau Metalúrgica, 1,32%.


Dólar


O mercado de câmbio cede à pressão no exterior e o dólar volta a subir. O movimento ganha força no início do período vespertino, afastando a cotação do nível de R$ 3,20. A recuperação da divisa americana, em termos globais, pausa a tendência de queda que tem marcado este começo de ano.


Numa lista de 33 divisas globais, apenas quatro - emergentes e ligadas a commodities - resistem à alta do dólar. O ambiente para esses ativos ainda é beneficiado pela perspectiva de crescimento da atividade global em meio a juros ainda baixos dos principais bancos centrais do mundo.


O câmbio brasileiro, entretanto, segue o comportamento geral. Diante do avanço do dólar, o real se desvaloriza e registra a quinta pior performance do dia, em contraste com os ganhos do peso mexicano e do rand sul-africano.


Por volta das 13h30, o dólar comercial subia 0,69%, cotado a R$ 3,2323.


O contrato futuro para dezembro, por sua vez, avança 0,47%, a R$ 3,2385.


Além do tom ditado pelo exterior, as atenções por aqui se voltam para o cenário eleitoral. Isso significa, no curto prazo, foco no julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4 no próximo dia 24. A expectativa no mercado é de que a condenação do petista em primeira instância seja confirmada na semana que vem. Uma decisão unânime reduz as opções de recurso de Lula e dificulta sua participação na disputa eleitoral, abrindo espaço para candidatos que, de acordo com profissionais de mercado, teriam uma agenda semelhante àquela executada atualmente.


Com a proximidade da decisão do tribunal, algo que foi bastante comentado nas mesas de operação foi o discurso da presidente do PT, Gleisi Hoffman. Em entrevista à Bloomberg, ela afirmou que Lula prepara uma nova carta aos brasileiros.


A leitura entre os investidores é de que a iniciativa busca atenuar a imagem negativa do ex-presidente junto ao mercado, embora sua eficácia ainda seja vista com bastante desconfiança.


Juros


Os juros futuros operam em alta firme, sendo influenciados pela pressão do câmbio. O gatilho do movimento é atribuído, em boa parte, à alta do dólar no mercado local e no exterior. No entanto, os agentes financeiros seguem atentos, com alguma cautela, ao cenário eleitoral.


O DI janeiro de 2021 projetava taxa de 8,920%, ante 8,860% no ajuste anterior, enquanto o dólar comercial ganhava força e subia 0,68%, a R$ 3,2318.