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IBGE: Custo é principal barreira para aquisição de TV por assinatura

21/02/2018 10h38

(Atualizada às 10h47) O serviço de televisão por assinatura ? que oferece uma série de canais, de acordo com o pacote contratado ? era utilizado em 33,7% dos lares do país que tinham televisão em 2016, de acordo com o suplemento de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE.


Isso significa que o percentual de assinantes de TV por assinatura ficou próximo do apurado na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (Pnad) referente a 2015, que identificou penetração de 32,1% da TV por assinatura. O IBGE alerta, porém, que os resultados das duas pesquisas não são exatamente comparáveis por questões de abrangência, seleção de amostra e mesmo metodologia.


De acordo o suplemento, o principal motivo alegado para a não utilização da TV por assinatura é o preço do serviço (55,5% das justificativas), seguido pela falta de interesse (39,8%). Somente 2,3% dos domicílios brasileiros não possuíam o serviço por não estar disponível na área do domicílio.


Entre as grandes regiões, os menores percentuais de domicílios que utilizavam o serviço de televisão por assinatura foram observados na Nordeste (18,4%) e na Norte (21%). Sudeste tinha a maior proporção: 44,8%.


A TV por assinatura também ganhou concorrência nos últimos anos. Serviços de televisão via streaming, como Netflix, Amazon e HBO Go, vêm provocando uma mudança no hábito de consumo dos brasileiros. Esse pode inclusive ser um dos fatores por trás da falta de interesse pelo serviço, conforme hipótese levantada pelo IBGE anteriormente.


Na pesquisa, o IBGE pergunta à pessoa informante no domicílio se há ou não TV por assinatura em casa, sem indagar especificamente se o serviço foi obtido por meio legal ou não, de acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE,Cimar Azeredo. "Dentro desses 33,7% tem 'gatonet', seja ele pago a alguém ou não", diz.


TV analógica


O suplemento mostrou também que, em 6,9 milhões de domicílios brasileiros, o sinal analógico ainda era a única opção para assistir à programação de TV aberta em 2016, o que representa 10,3% dos domicílios com televisores no país.


O governo brasileiro vem desligando, pouco a pouco, a transmissão analógica, substituída pela transmissão digital. O processo começou com o desligamento do sinal no município de Rio Verde (GO), em março de 2016. Desde então o sinal foi desligado em 492 municípios, incluindo capitais como Brasília e São Paulo de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação.


Segundo a pesquisa, 67,4 milhões de lares tinham ao menos um aparelho de televisão no fim de 2016, o que representa 97,2% do total de domicílios. A maioria dos domicílios tinha conversor de sinal digital instalado (71,5%) ou possuía outro meio de acesso à programação de TV aberta (14,2%), seja uma antena parabólica ou TV por assinatura (neste caso, seja ele legal ou ilegal).


A região Norte é a mais atrasada em termos dessa atualização tecnológica, segundo a pesquisa. Do total de casas na região, 14,9% ainda dependiam do sinal da TV analógica em 2016, o que representa 704 mil residências. Em seguida aparecem Nordeste (13,1%, ou 2,3 milhões de domicílios), Sul (9,1%, ou 936 mil), Sudeste (8,6%, ou 2,6 milhões) e Centro-Oeste (8,3% do total, com 430 mil unidades).



Tela fina


A pesquisa mostrou ainda que o país tinha 49,2 milhões de domicílios com televisores prontos para o sinal digital, por conversor integrado de fábrica ou adaptado, o que representava 71,5% dos lares com televisão. Em 66% das residências existiam pelos menos um aparelho de tela fina. Em 46,2% dos domicílios existiam aparelho de televisão de tubo com conversor (podendo coexistir um aparelho digital).


Da mesma forma como ocorreu com outras estatísticas sociais e econômicas de 2016, o IBGE não divulgou uma série histórica com resultados comparáveis. Isso ocorre porque alguns temas passaram a ser acompanhados pela Pnad Contínua, a mais recente pesquisa domiciliar do IBGE, que substituiu a antiga Pnad. Os estudos não são comparáveis por diferenças de abrangência, amostra e questionário.


"A Pnad tinha amostra de 1.100 municípios. A Pnad Contínua seleciona 3.400 municípios. A estrutura do questionário também é outra, assim como o período de referência: a Pnad era setembro, a Pnad Contínua é o quarto trimestre. Esses comparativos, portanto, teremos com a divulgação das estatísticas de 2017, nas quais já estamos trabalhando", afirma o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE,Cimar Azeredo.


Embora o IBGE não apresente uma série histórica para fins comparativos, sabe-se que o televisor de tela fina cresceu rapidamente no país nos últimos anos, com o barateamento dos produtos e no embalo de grandes eventos esportivos no país, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Da mesma forma, o acesso à TV digital aumentou aceleradamente nos últimos anos.



Pela antiga Pnad, 42,5% dos domicílios tinham o equipamento mais moderno, de tela fina, em 2015. Tratava-se de quase o dobro da parcela de domicílios com esse tipo de tecnologia dentro de casa em 2013, de 24,3% Nesse mesmo intervalo de tempo, a parcela das residências que possuíam apenas TV de tubo caiu drasticamente, de 54,5% em 2013 para 37,9% em 2015, segundo divulgou o IBGE no ano passado.