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De olho na Presidência, Meirelles descarta ser ministro em 2019

22/02/2018 14h59

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, descartou nesta quinta-feira (22) continuar à frente da Pasta no próximo governo. Segundo ele, a etapa como chefe da equipe econômica "está cumprida" e agora a decisão será acerca de uma possível candidatura à Presidência.


"Acho que essa etapa de ministro da Fazenda é uma etapa cumprida. Estamos agora contemplando essa nova etapa de uma possível candidatura à Presidência", disse ele, em entrevista à rádio Itatiaia (MG), ao responder se continuaria à frente da Pasta por mais dois ou três anos.


Meirelles continuou a resposta dizendo que pretende continuar no serviço público, mas "ampliando o escopo". "Certamente dentro de 40 dias ou pouco mais, tomaremos decisão de continuar no serviço público, mas aí ampliando bastante o escopo. Podendo colaborar com o país de forma mais eficaz e abrangente. E levar isso que está acontecendo na economia a todos os setores da vida dos brasileiros", disse.


Meirelles comentou ainda uma questão sobre uma possível mudança nas regras eleitorais para que haja eleições a cada cinco anos. O ministro acredita que a proposta é válida e merece ser discutida no país. Segundo ele, a proposta diminuiria o número de eleições, mas poderia trazer "volatilidade nas expectativas".


BC versus eleições


Meirelles afirmou que o mandato fixo para diretores do Banco Central (BC) traria estabilidade à instituição mesmo com os ciclos eleitorais do país.


Segundo ele, a autonomia do BC e o mandato fixo para os diretores daria confiança de que a política de controle da inflação seria "permanente". "O mandato para diretores do BC faz com que haja estabilidade, como tem na Justiça. Dá segurança naquela área em termos de continuidade, independentemente de ciclos eleitorais", afirmou.


"A ideia é que o BC, com condições de implementar sua política de forma independente, tem muito maior credibilidade e consegue controlar inflação com maior eficácia e taxa de juros mais baixa. Isso é fundamental", disse.


"Dar independência ao BC tem esse fator importante. Que você tenha instituição com continuidade, com diretores escolhidos tecnicamente, com mandato e podendo exercer seu trabalho com foco específico na inflação, e em consequência no crescimento", disse.