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Não sou candidato, não serei candidato, afirma Temer

23/02/2018 11h48

(Atualizada às 12h58) O presidente Michel Temer (MDB)negou nesta sexta-feira que será candidato à reeleição. "Eu não quero. Sou candidato a fazer um bom governo", disse. "Não sou candidato. Nem serei", reforçou duranteentrevista nesta sexta-feira à rádio Bandeirantes, de São Paulo.Eledisse ainda não temer a perda do foro privilegiado. "Não tenho preocupação com denúncias pífias."


A declaração foi dada na mesma semana em que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), reconheceu a possibilidade de Temer tentar reeleger-se em outubro.


À Rádio Bandeirantes, o presidente também negou que a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro tenha fins eleitorais e a considerou uma "jogada de mestre", um jogo de alto risco, mas necessária. "Tive coragem de fazer muita coisa no país que muita gente não teve", afirmou.


Sobre o processo eleitoral no Brasil, Temer disse que o ideal seria ter dois candidatos a presidente, com quatro partidos. "Essa coisa de espalhar candidaturas não é bom", comentou.Para ele, as instituições e os três Poderes no Brasil estão "funcionando normalmente" e as eleições vão ocorrer "com tranquilidade", apesar de momento político "convulsionado".


Lula


No caso da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou não saber o que vai acontecer."Não sei, pois é questão judicial. Se soubesse o que aconteceria com Lula, não falaria. Seria intervenção em outro Poder", afirmou. Se Lula tiver condições de disputar, acabará sendo algo "mítico", disse.


Ele afirmou que foi eleito, ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com um programa do governo e que está aplicando um programa. "Muitas vezes o candidato tem programa, chega ao poder, e não aplica o programa", criticou.Temer disse ainda que está combatendo o desemprego no Brasil e que, em quatro meses, foi criado 1,4 milhão de postos de trabalho.


Na entrevista, o presidente afirmou que o governo está cumprindo o "S" de "social" do BNDES. Temerafirmou que o social pouco foi aplicado ao longo do tempo e que o banco é gerador de empregos. Segundo ele, em seu governo, e com a Paulo Rabello no comando do banco, essa função está sendo cumprida, com linha de crédito para microempresários e pequenos empresários.


Previdência


A reforma da Previdência também foi tema da entrevista. Temer disse que ao menos uma parte da proposta poderá ser feita por meio de edição de leis e não por emenda à Constituição, como a medida vinha tramitando. "Idade mínima e paridade têm de ser feitas por emenda constitucional", afirmou. "Mas algo pode ser feito por lei." Temer, porém, não detalhou a que alterações nas aposentadorias se referia.


A tramitação da emenda da reforma da Previdência foi interrompida no Congresso depois que o governo decretou, há uma semana, intervenção na área de Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro. A lei proíbe modificar a Constituição quando há uma intervenção em curso no país."Se a intervenção for encerrada, entra a emenda da Previdência, que não saiu da pauta política do país", disse Temer.


Para o presidente, a proposta "vai cair no colo de alguém". "Se reforma da Previdência não for feita agora, terá de ser feita em outro momento."


Corrupção


Questionado sobre as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra si, o presidente afirmou que nunca temeu cair e que não aceitará o rótulo de corrupto. As denúncias, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à Justiça, foram engavetadas por decisão da Câmara dos Deputados.