IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Juro futuro longo recua, mas cautela persiste em dia de baixa liquidez

17/04/2018 16h48

Os juros futuros encontram espaço para ajustes positivos nesta terça-feira, a despeito das incertezas que ainda pesam na cena doméstica. O sinal mais ameno do exterior e o respiro na alta do dólar abrem espaço para queda das taxas dos DIs.

Os juros com vencimento mais longos chegam ao segundo dia consecutivo de melhora. Profissionais de mercado relatam que a diferença entre os mais longos e os curtos já poderia estar elevada demais, gerando algum movimento de correção.

Entre o DI janeiro de 2023 e o DI janeiro 2021 havia 17 pontos-base, ligeiramente abaixo da máxima histórica, de 120 pontos, registrada na última sexta-feira. O que poderia justificar esses níveis é o risco de uma reversão do ajuste fiscal.

O quadro eleitoral não é animador, nem traz a previsibilidade que os investidores gostariam. A análise da agenda econômica dos candidatos ganha ainda mais importância porque os nomes tidos como reformistas, como Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), ainda patinam nas sondagens de intenção de voto.

No entanto, parte dos investidores acredita que, mesmo com as dúvidas eleitorais, o problema das contas públicas terá de ser atacado num próximo governo. Dentre os candidatos que ganharam força nas pesquisas eleitorais após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o único que revela um discurso mais radical contra as reformas é Ciro Gomes (PDT). Joaquim Barbosa (PSB) ainda é uma incógnita em termos de agenda econômica e Marina Silva (Rede) já defendeu a responsabilidade fiscal.

"Nenhum deles é o sonho do mercado, pelo contrário, todos geram algum tipo de preocupação", diz um gestor, que ainda aguarda o início da campanha eleitoral. "O momento agora é de cautela, de redução de risco e de posição defensiva nas carteiras, mas não de fuga", acrescenta.

Sinal dessa cautela, o volume de negócios nos últimos dois dias tem permanecido baixo. O giro ficou abaixo de 1,8 mil contratos por minuto nesta semana, nos menores níveis desde o começo de fevereiro.

Por outro lado, a conjuntura econômica ainda traz motivos para ajustes de baixa nas taxas dos DIs. Isso porque especialistas já tem revisado suas previsões de crescimento e inflação se mantém contida no país, o que cria um ambiente mais favorável para juros baixos. Para o sócio e gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, a tendência é a queda gradual de juros intermediários, "se a política e o exterior permitirem".

Por volta das 16h, no fim da sessão regular, o DI janeiro/2021 caía a 7,920% (7,960% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2023 recuava a 9,110% (9,140% no ajuste anterior). Já astaxas mais curtas giravam em torno da estabilidade. O DI janeiro/2019 ficou em 6,235% (6,230% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2020, estável em 6,920%.