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Juros futuros registram alta modesta com exterior

25/04/2018 16h47

As taxas dos contratos de DI terminam a sessão regular desta quarta-feira (25) com altas moderada. Os juros futuros se distanciaram das máximas ao longo após salto acentuado, desencadeado pelo ambiente mais duro no exterior.

O salto global do dólar e a nova rodada de elevação nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano bateu no mercado logo na abertura. Com taxas mais altas dos Treasuries americanos, diminui a atratividade dos ativos de risco, como os emergentes. "A correlação da curva longa com o dólar em algumas circunstâncias é muito alta e, em momentos de stress, isso fica mais evidente ainda", afirma o estrategista de uma corretora local.

Por aqui, as taxas logo foram para as máximas, com alta superior a 10 pontos-base em vencimentos mais longos, enquanto o dólar batia os R$ 3,50. Esse teria sido o momento em que alguns players decidiram zerar suas posições nos juros futuros, principalmente nos trechos intermediários em diante.

Com a "limpeza" de posições, foi observada, em seguida, um certo fluxo de venda de taxas. "Os players que estavam guardando 'munição' para uma eventual piora entraram após o salto da abertura", afirmou um profissional. Investidores locais e, em menor escala, estrangeiros teriam conduzido o movimento.

Selic

Do ponto de vista da política monetária, o corte esperado da Selic na reunião de maio até começa a ser questionado. No entanto, o quadro continua sendo de inflação contida e atividade ainda em recuperação lenta. Mesmo com o endurecimento no exterior, um último movimento sobre a Selic ainda seria apropriado.

É comum ouvir de economistas que o repasse cambial para inflação é relativamente baixo na economia brasileira, e o efeito fica menor por causa do amplo hiato do produto.

Neste fim de ciclo, com a Selic nas mínimas históricas, a política monetária pode ditar parte dos movimentos do câmbio. O real brasileiro, hoje, é uma moeda de "carry trade" mais baixo, o que significa um prêmio contido para investir na moeda local e mais vulnerabilidade às questões externas daqui para frente. De acordo com profissionais de mercado, um sinal ainda mais "dovish" do Banco Central poderia ser recebido com ainda mais volatilidade no real já que o diferencial de juros poderia ficar menor.

"O Copom deve avaliar essa dinâmica do câmbio e pode até não usar linguagem para ancorar a moeda, mas agirá de forma responsável porque é uma fonte de inflação", diz o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs. "Fazer projeção de inflação com o dólar a R$ 3,20 e a R$ 3,50 é bem diferente (...) e, nesse segundo caso, o espaço já é menor para novos cortes para depois de maio", acrescenta.

Por volta das 16h, no fim da sessão regular, o DI janeiro/2019 marcava 6,250% (6,230% no ajuste anterior), oDI janeiro/2020 apontava 6,970% (6,920% no ajuste anterior), oDI janeiro/2021 marcava 7,960% (7,940% no ajuste anterior) e oDI janeiro/2023 subia a 9,240% (9,210% no ajuste anterior).