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Acesso à internet pela TV dispara em 2017, revela IBGE

26/04/2018 11h56

Com o forte crescimento do mercado de streaming de vídeos, o número de lares do país com televisores conectados à internet cresceu 40% em 2017, para 7,43 milhões de residências, ou 2,1 milhões a mais do que no ano anterior. Dessa forma, 10,6% dos domicílios do país acessam a internet usando a TV, uma proporção superior aos acessos via tablets (10,5%).

Os dados são do suplemento especial "Características gerais dos domicílios e dos moradores 2017", da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço acompanha a expansão de serviços de streaming de vídeo no país, como Netflix, YouTube e Globo Play. Também está relacionado ao crescimento das smart TVs no mercado brasileiro ? televisores com capacidade para acessar à internet e com aplicativos navegador online.

De acordo com o IBGE, o número de domicílios com ao menos uma TV de tela fina ? aí não necessariamente com acesso à internet ? cresceu 7%, de 44,7 milhões para 47,757 milhões em 2017.

Celulares

Os aparelhos celulares seguem como a principal forma acesso à internet dentro de casa. Conforme o IBGE, o celular foi usado em 69% dos domicílios para acessar a internet, o que representa 48,151 milhões de lares no país. O resultado é bem superior ao registrado no ano anterior, quando esse acesso pelo celular ocorria em 60,3% das residências.

O uso do celular seria, inclusive, uma das razões para um crescimento mais lento do número de domicílios com TVs, segundo a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. De acordo com o IBGE, surgiram 550 mil novos domicílios no ano passado. Ao mesmo tempo, o número de domicílios com televisores (tubo ou tela fina) cresceu apenas 170 mil. Isso reduziu a proporção de domicílios com televisores de 97,4% em 2016 para 96,8% um ano depois.

"O número de novos domicílios cresceu mais do que o número de domicílios com televisor. Por isso, houve o movimento. Não sei se as pessoas estão vendo mais televisão nos celulares, no smartphone. Talvez pessoas estejam se mudando para domicílios novos sem televisão", disse a gerente da pesquisa.

Embora em declínio, o microcomputador segue como meio importante de acessar à internet de casa. Segundo a pesquisa, 38,8% dos domicílios acessaram à internet por meio do microcomputador (incluindo laptop) no ano passado, menos do que no ano anterior (40,1%). O mesmo declínio ocorreu com tablets, de 12,1% para 10,5%, uma redução de 1 milhão de domicílios.

Telefone fixo x móvel

Tido como um serviço em tendência de extinção, o telefone fixo estava presente em 32,1% dos lares brasileiros em 2017, proporção inferior aos 34,5% registrados no calendário anterior. Assim, o telefone fixo, que perde espaço para o celular há mais de uma década, está presente agora em menos de um terço dos 69,8 milhões de domicílios do país. Apenas em 2017, 1,2 milhão de lares deixaram de ter telefone fixo.

O celular, por sua vez, seguiu em crescimento no país em 2017 - 64,6 milhões de domicílios tinham ao menos um morador com aparelho celular, 789 mil a mais do que um ano antes. Isso significa que 92,7% dos domicílios tinham um morador com celular.

Assim como o telefone fixo, o celular vem contribuindo para reduzir a presença de microcomputadores nos lares das famílias brasileiras. Em 2017, 30,7 milhões de domicílios tinham microcomputador, 4% a menos do que no ano anterior.