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Marina: Não foi Trump quem inventou fake news, mas o marqueteiro do PT

27/04/2018 14h50

A ex-senadora e pré-candidata à Presidência Marina Silva (Rede) disse nesta sexta-feira (27) que foi o ex-marqueteiro do PT João Santana quem "inventou" as fake news na disputa eleitoral, e não o presidente americano Donald Trump.

Ao falar sobre sua derrota em 2014, Marina afirmou que foi apresentada pela campanha petista como uma "exterminadora do futuro".

A ex-senadora disse ainda que, "com certeza", não apoiaria o senador Aécio Neves (PSDB), como fez na eleição passada, se soubesse das denúncias de corrupção contra o tucano, que é réu por corrupção e obstrução da Justiça.

Marina participou de um seminário promovido pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) em São Paulo e falou com a imprensa depois do evento.

"Ninguém pode celebrar uma campanha com base na violência política, no abuso do poder econômico, na mentira. Costumo brincar que as fake news não foi Trump quem inventou. Foi João Santana, aqui, na campanha da Dilma e depois isso foi para a campanha do Trump. Me pintaram como uma exterminadora do futuro", afirmou, em entrevista.

A pré-candidata do Rede disse que "hoje com certeza não apoiaria Aécio" e comparou o tucano à ex-presidente Dilma Rousseff. "Acho que a maioria dos que votaram no Aécio e na Dilma não votariam [mais]", afirmou. "Os dois praticaram a mesmíssima coisa. Infelizmente, a eleição de 2014 foi uma fraude", disse. "Descobrimos que tanto Dilma quanto Aécio usavam dos mesmos expedientes. Foi uma fraude, com recursos de caixa dois, de corrupção. A Lava-Jato fez um grande serviço à população."

Ex-petista, Marina defendeu ainda um "período sabático" para o PT e PSDB longe da Presidência. "Acho que fará muito bem à sociedade brasileira que eles tenham um período sabático."

Joaquim Barbosa e PSB

Marina desconversou sobre a possibilidade de uma aliança no primeiro turno com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB). A pré-candidata fez questão de falar que conversou com Barbosa em apenas "duas situações específicas", sempre relacionadas à atuação do ex-ministro no Supremo. "Uma vez foi no episódio quando ele era presidente do STF, por uma questão de agenda institucional e a outra foi no episódio do Renan [Calheiros], quando o senador se recusava a cumprir uma decisão do Supremo."

"Celebrei a decisão de Joaquim Barbosa de vir à cena política brasileira", disse Marina. "Respeito a decisão do PSB de ter candidatura ou não".

Questionada se não teme perder votos para Barbosa, que poderá ter um perfil de candidatura semelhante à sua, Marina novamente evitou falar sobre o pré-candidato do PSB. Segundo a presidenciável, quanto mais candidatos com ideias parecidas com as suas, melhor. "Quanto mais estrelas no céu mais claro é o caminho."