Ibovespa recua a patamares de fevereiro com pressão sobre emergentes
O Ibovespa começou a quarta semana de maio de volta aos patamares do começo de fevereiro, antes de atingir as máximas históricas. Embora hoje o exterior estivesse mais calmo, operadores voltaram a mencionar que a bolsa segue em ritmo de ajuste, seja pela maior percepção de risco aos emergentes, seja porque, no Brasil, as eleições e o ritmo da economia impõem cautela.
O índice encerrou em queda de 1,52%, aos 81.815 pontos ? menor nível desde 9 de fevereiro, quando estava em 80.899 pontos. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou aos 81.576 pontos. O recorde de fechamento, de 87.653 pontos, foi atingido em 26 de fevereiro.
O giro financeiro hoje foi de R$ 10,7 bilhões, em linha com média já movimentada em maio, mas acima do volume diário negociado nos pregões de 2018, de R$ 8,8 bilhões. Embora mais forte, a magnitude da saída do investidor nesse momento é menor do que na semana passada, já que hoje o montante foi afetado pelo vencimento de opções sobre ações.
Mesmo assim, os agentes de mercado deram continuidade à redução de exposição. O dia começou positivo ? o Ibovespa chegou a tocar os 83.883 pontos na máxima (+0,96%) ? porque, em dia de exercício de opções, é comum que os investidores defendam suas posições no mercado à vista. Terminado o exercício, porém, perto das 13h, a onda vendedora ficou mais evidente.
Entre as maiores baixas, o ajuste atingiu as ações mais líquidas e que captam melhor a percepção de risco de forma geral. Isso explica o recuo de Bradesco ON (-3,23%), Bradesco PN (-1,43%), Itaú Unibanco (-1,37%), Petrobras ON (-3,35%), Petrobras PN (-2,34%) e Vale (-3,23%) ? todos esses ativos de maior peso e giro no Ibovespa.
"A taxa de desconto é maior para ativos de risco hoje, o que prejudica o desempenho das ações com maior liquidez", afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
Lá fora, a cautela com os emergentes hoje não foi suprimida nem pela alta das bolsas americanas. E, internamente, o Brasil também não oferece tranquilidade, seja pela proximidade das eleições, seja pelos indicadores macroeconômicos, que ainda revelam uma econômica em recuperação lenta.
Hoje, o UBS reduziu a recomendação de alocação na bolsa brasileira para neutro e elevou a posição em pós-fixados. A nova indicação para Brasil já embute a revisão anunciada pelo UBS, que cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,3% para 2,7% neste ano.
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