Dólar fecha em queda, a R$ 3,621, com ação do BC e de olho em juros nos EUA
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (30) em queda de 0,47%, cotado a R$ 3,621 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,34%.
Com isso, o dólar acumula desvalorização de 9,56% no mês e de 8,29% no ano.
Crise política
Investidores continuavam atentos ao cenário político brasileiro.
Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada hoje aponta que 69% dos brasileiros avaliam o governo da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssimo.
O mercado também avaliava a possibilidade de o PP sair ou não da base aliada do governo. A decisão deve ser tomada em uma convenção marcada para um dia antes ou depois da entrega do parecer da comissão que avalia o impeachment na Câmara. Pelos cálculos do próprio partido, isso deve acontecer entre os dias 11 e 12 de abril.
A debandada da base aliada pode aumentar as chances de aprovação de impeachment da presidente. Alguns operadores veem a saída de Dilma do Palácio do Planalto como um passo para a recuperação da economia brasileira, enquanto outros ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.
Atuação do BC
O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio nesta sessão, com a venda de apenas 2.700 contratos de swap reverso, equivalentes à compra futura de dólares.
A estratégia do BC vem confundindo alguns operadores. Alguns especulam que o objetivo seja evitar que o dólar caia muito, para proteger exportadores e, assim, as contas externas do país.
"Não dá para entender muito bem as intenções do BC; então, o mercado vai continuar testando [cotações mais baixas]", disse o operador de um banco internacional à agência de notícias Reuters.
Juros nos EUA
A queda do dólar vinha ainda em sintonia com os mercados externos, onde continuavam repercutindo declarações da véspera feitas pela presidente do Federal Reserve, Janet Yellen. Ela disse que o banco central dos EUA deve adotar cautela para elevar os juros.
Se os EUA demorarem para subir os juros novamente, isso pode beneficiar países emergentes, como o Brasil, que oferecem rendimentos financeiros elevados. Uma alta de juros poderia atrair para lá recursos atualmente nesses mercados mais arriscados.
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