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8 passos para ter tranquilidade financeira no futuro

Sophia Camargo

Do UOL, em São Paulo

03/06/2014 06h00

Viver como se não houvesse amanhã não é uma boa estratégia financeira. Em uma década, a expectativa de vida do brasileiro passou de 71 anos para 74,6 anos, segundo dados do IBGE. Assim, um trabalhador que se aposentasse aos 65 anos ainda viveria mais uns dez anos, pelo menos.

Supondo que ganhasse o teto atual da aposentadoria do INSS, teria uma renda de R$ 4.390,24 por mês. Seria suficiente?

Como se preparar para viver com tranquilidade financeira na velhice é a proposta do e-book "Enriquecer e Envelhecer" (Andato Editora, R$ 6,62, venda exclusiva pela Amazon), do economista Luiz Calado, vice-presidente do Ibef-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo) e do professor de Finanças do Insper Ricardo Humberto Rocha.

Brasileiro esquece que vai envelhecer

No livro virtual, os economistas alertam para o fato de que, no Brasil, há um problema cultural que impede a riqueza de chegar com mais facilidade.

Eles dizem que, quando as pessoas começam a gerar  renda com o trabalho e começam a ter sobra, elas não conseguem enxergar o ciclo de vida inteiro e querem comprar coisas rapidamente. “Pensam de forma imediata, e se esquecem de que vão envelhecer e precisarão de renda”, diz Rocha.

O professor do Insper afirma que o cuidado começa nos pequenos gastos. “É comum as pessoas não se atentarem a eles. Elas só pensam que precisam ganhar mais do que ganham, mas nunca pensam que podem economizar”, diz.

Ele dá um exemplo de alguém que vá num fim de semana com os amigos a uma pizzaria famosa que cobra R$ 70.

“Não precisa se privar da pizza, mas pode comprar e fazer em casa, gastando R$ 15. Isso faz sentido se você está fazendo um esforço para guardar dinheiro. No final das contas, esses pequenos buraquinhos podem render muita grana”, diz.

"Não é para ninguém virar pão duro, mas é preciso ver no orçamento quantas vezes no ano eu posso ir até uma pizzaria famosa e ainda assim economizar."

A dica do professor é economizar no mínimo 10% da renda. Num mês de contas melhores, economize 20%. “As pessoas precisam criar algumas regras mentais para elas guardarem dinheiro”, diz.

Leia, a seguir, alguns passos para economizar dinheiro:

Fazer o orçamento. Este é o primeiro passo para poder economizar dinheiro. Afinal, sem saber quanto ganha e quanto gasta, não é possível descobrir onde pode cortar gastos extras para começar a poupar e manter essa poupança.

Evite o desperdício. Tudo entra nessa conta: luz, água, banda larga, gastos com telefone, pacotes de TV, consumo inútil em shoppings. O professor Rocha diz que há pessoas que se iludem com uma falsa qualidade de vida, gastando mais do que podem. No fim, não sabem onde perderam tanto dinheiro.

Toda a família deve participar. Feito o orçamento e decidido onde será implementada a economia, não adianta só o pai apertar os cintos e os filhos continuarem no mesmo ritmo de gasto. Ou os filhos sustentarem os pais que não se esforçam por ajudar. Toda a família deve se readequar aos novos padrões de consumo para que a poupança aconteça.

Fuja da falsa qualidade de vida. Dê preferência a gastos que lhe tragam alguma qualidade de vida hoje e no futuro. Nem sempre comprar é sinal de qualidade de vida. Exemplos: trocar o carro toda hora para manter o status social ou consumir sem ter dinheiro e se endividar no cheque especial são estratégias equivocadas.

Resista à tentação e siga rumo ao objetivo. A pessoa economiza e junta um bom dinheiro. Quando se dá conta do montante, porém, não resiste e sai comprando carro, fazendo uma viagem. Por isso é importante separar as reservas: uma para as despesas de curto prazo e outra, para garantir um futuro mais tranquilo.

Reinvente-se profissionalmente. À medida que o tempo passa, o profissional mais velho não consegue competir com o mais novo. Por isso, é importante ampliar sempre suas qualificações, como fazer cursos de mestrado para poder dar aulas, verificar se seu trabalho permite explorar nichos de mercado, prestar consultorias.

Adapte-se à sua nova realidade de vida. Cabe a cada pessoa entender sua nova fase de vida e se adaptar a ela, sem medo de abrir mão daquilo que um dia foi importante, mas hoje é desnecessário. Por exemplo: um casal de 40 anos que tenha 3 filhos pequenos precisa de uma casa grande; mas, quando esses filhos crescem e saem de casa, o casal pode se mudar para uma casa menor e diminuir seus gastos para aproveitar melhor a renda.

Enriqueça também por dentro. Fuja da armadilha de se achar velho e inapropriado para o mundo atual; ou, ao contrário, achar-se o senhor da verdade. Procure colaborar e ser útil para o mundo, ensinando o que sabe e aprendendo com as novas gerações. Essa também é uma maneira de se manter dinâmico e usufruir tudo o que conseguiu economizar.