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Summers abandona corrida para presidência do Fed

15/09/2013 22h09

WASHINGTON, 16 Set 2013 (AFP) - O ex-secretário do Tesouro americano Larry Summers se retirou neste domingo da corrida para a sucessão de Ben Bernarke como presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

Em nota, o presidente Barack Obama disse que aceitou a decisão de Summers de retirar sua candidatura ao cargo, em uma conversa por telefone, após semanas de especulações sobre a nomeação.

Summers aparecia como firme candidato para suceder a Bernake, apesar de ser alvo de fortes críticas por sua defesa em favor da desregulação financeira dos anos 1990, quando era secretário do Tesouro do então presidente Bill Clinton. Além de trabalhar para o então presidente Clinton no Departamento do Tesoro entre 1999 e 2001, Summers foi o conselheiro econômico de Obama nos primeiros dois anos de seu mandato.

"Larry foi um membro fundamental da minha equipe quando enfrentamos a pior crise econômica desde a Grande Depressão, e foi em grande parte com seu conhecimento, sabedoria e liderança que lutamos para voltar ao crescimento e ver o progresso que podemos observar hoje em dia", afirmou Obama neste domingo.

O economista, de 58 anos, tem uma renomada reputação em sua área, mas também é considerado temerário por muitos, um homem de personalidade forte que abre seu caminho a cotoveladas nos corredores do poder de Washington. Muitos congressistas argumentam que é necessário um presidente mais conciliador para substituir Bernanke, que deve entregar o cargo provavelmente em janeiro.

A atual vice-presidente do Fed, Janet Yellen, aparece como a principal concorrente de Summers para o cargo, embora a Casa Branca afirme que há outros candidatos entre os pré-selecionados.

Em sua carta, Summers disse que "qualquer processo da minha confirmação seria uma disputa inflamada e não serviria aos interesses do Federal Reserve, do Governo, ou, em última instância, aos interesses da recuperação econômica em curso".

Na semana passada, vários senadores do Partido Democrata, que integram o influente Comitê Bancário, disseram que se oporiam a que o nome de Summers fosse submetido à plenária da Casa para votar sua confirmação à frente do Fed.

O lucrativo trabalho de Summers para um fundo com sede em Nova York e para bancos de Wall Street, os quais teria de regular se assumisse o Fed, também foi alvo de críticas.

Como muitos assessores econômicos na vida política do país, Summers ganhou milhões de dólares como consultor de firmas financeiras, alimentando acusações de que teria sido brando com Wall Street.

Neste domingo, o Citigroup declarou que Summers não trabalha mais como consultor para eles.