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Soyz coloca em órbita dois satélites Galileo para concorrer com GPS

17/12/2014 12h03

Paris, 17 dez 2015 (AFP) - A nave russa Soyuz decolou nesta quinta-feira da Guiana francesa com dois novos satélites para o sistema de navegação europeu Galileo, segundo imagens difundidas pela companhia Arianespace.

A nave decoou às 11h51 GMT (08h51 hora local, 09h51 de Brasília) de Sinnamary, na Guiana Francesa, colocar em órbita dois satélites a uma altitude de 23.222 km.

Os dois novos satélites de fabricação alemã disponibilizarão no final de 2016 um sistema de navegação europeu que competirá com o GPS norte-americano.

"É o equivalente ao GPS, mas com outras funções e estará pronto no final de 2016", disse à AFP Jean-Yves Le Gall, diretor da agência espacial francesa (CNES).

"O programa está no bom caminho, em movimento, mantém suas promessas", disse Stéphane Israël, chefe da Arianespace, empresa francesa responsável pelo lançamento.

Desde o lançamento do primeiro satélite experimental GIOVE-A em 27 de dezembro de 2005, foi colocado em órbita um terço da constelação de Galileo, que deve ter 30 satélites e uma rede de estações terrestres no mundo foi construída.

Galileo é um projeto emblemático da Comissão Europeia e tem como objetivo reduzir a dependência do GPS dos Estados Unidos, melhorando os serviços aos usuários, graças à sua alta precisão.

"Galileo utiliza os últimos avanços tecnológicos que o GPS americano não tem", disse Didier Faivre, diretor do programa Galileu da Agência Espacial Europeia (ESA).

Além disso, graças a uma constelação mais densa e uma órbita mais elevada, Galileu deveria proporcionar maior cobertura e precisão.

As operações de busca e resgate são uma das grandes novidades do sistema. "Com Galileu, um pedido de socorro será visível de qualquer lugar do planeta, o que ainda não é o caso", explicou Didier Faivre.

Galileu vai se ocupar também da agricultura de precisão. Graças a "uma imagem por satélite do campo que mede o estado da vegetação (...) a distribuidora de fertilizante o depositará justo onde falta e não em todo restante", explica Jean-Yves Le Gall. "Isso permite ganhos consideráveis".

Em 2016 o foguete Ariane 5 entrará em jogo e permitirá colocar em órbita quatro satélites ao mesmo tempo.

"O fato de dispor de dois lançadores (Ariane e Soyuz) é uma vantagem, uma dupla fonte reduz os riscos", explica Stéphane Israël.

"Estabelecemos como objetivo o primeiro Ariane 5 para Galileu no outono de 2016", explica o chefe da Arianespace.

Em 2017 e 2018 serão feitos os lançamentos de Ariane e um último da Soyuz, para que o sistema Galileo esteja completamente operativo.

Em 2014, os satélites 5 e 6 da constelação chegaram a uma órbita errada, uma falha corrida posteriormente.

"São cisas extremamente especializadas. Agora verificamos tudo", explicou Jean-Yves Le Gall, visivelmente otimista.

O envio dos satélites Galileo, financiado em sua totalidade pela Comissão Europeia, custa cerca de 7 bilhões de euros. E ainda falta entre 500 e 600 milhões para o funcionamento, manutenção e renovação dos satélites.