Jornal britânico The Independent diz adeus à edição impressa
Londres, 26 Mar 2016 (AFP) - O jornal britânico The Independent, cujas vendas desabaram nos últimos anos, aparece este sábado pela última vez em papel - a partir de agora apostará exclusivamente numa versão digital para enfrentar a crise da imprensa.
Na sexta à noite, os jornalistas enviaram a edição para a gráfica pela última vez e, em seguida, postaram fotos nas redes sociais com suas equipes batendo a mão na mesa, uma tradição para saudar a saída de um colega.
Em sua última edição impressa, o The Independent afirma que as pessoas vão lembrar sua "transição ousada" para o formato 100% digital como um "exemplo para outros jornais ao redor do mundo".
"Hoje, as prensas pararam, a tinta está seca e logo o papel vai deixar de ser amassado (...). Um capítulo se encerra, mas outra se abre, e o espírito do The Independent continuará a florescer", acrescentou.
O proprietário do jornal, o britânico de origem russa Evgeny Lebedev que havia anunciado no mês passado o abandono da edição impressa, escreveu que o jornalismo "foi completamente transformado", de modo que o The Independent "também teve que mudar".
Como muitos jornais, o The Independent - nascido em 1986 - teve de enfrentar um forte declínio do número de leitores da sua edição impressa. No final, vendia cerca de 40.000 cópias, o diário nacional com menos vendas no país.
No seu auge, em 1989, o jornal de centro-esquerda, conhecido pelas manchetes politicamente engajadas e pela importância que dava às imagens, chegou a vender mais de 420.000 exemplares diários.
Em 2003, realizou uma campanha sangrenta contra a intervenção britânica no Iraque ao lado dos Estados Unidos, ao lado de outro jornal de centro-esquerda, o The Guardian.
Em editorial, o Guardian presta uma homenagem ao The Independent, chamando-o "de um jornal verdadeiramente excepcional", observando que sofreu com as mudanças profundas no mercado da publicidade, com uma mudança na receita para sites como o Facebook.
- Quatro suplementos -A última edição em papel do Independent incluiu quatro suplementos que traçam a história do jornal, o primeiro jornal nacional que desaparece das bancas britânicas desde o Today, em 1995.
O Independent também é o primeiro grande jornal nacional britânico a dar este passo entre o papel e o exclusivamente digital - caminho já trilhado pelo jornal espanhol Público ou francês La Tribune, que sai em papel uma vez por semana.
O grupo que detém o The Independent, Esi Media, vai vender a sua versão popular resumida, chamada de "i", para o grupo Johnston Press.
Espera-se que a venda gere cerca de 25 milhões de libras (32 milhões de euros), segundo a imprensa britânica, um montante que será investido em seu site.
Seu site, que atrai cerca de 70 milhões de visitantes por mês, já é rentável e espera um aumento na receita de cerca de 50% este ano.
No entanto, Esi mídia já avisou que não haverá demissões; no total, cerca de 150 pessoas trabalham atualmente para o jornal.
ar/gkg/mba/meb-me/aoc/mm
Na sexta à noite, os jornalistas enviaram a edição para a gráfica pela última vez e, em seguida, postaram fotos nas redes sociais com suas equipes batendo a mão na mesa, uma tradição para saudar a saída de um colega.
Em sua última edição impressa, o The Independent afirma que as pessoas vão lembrar sua "transição ousada" para o formato 100% digital como um "exemplo para outros jornais ao redor do mundo".
"Hoje, as prensas pararam, a tinta está seca e logo o papel vai deixar de ser amassado (...). Um capítulo se encerra, mas outra se abre, e o espírito do The Independent continuará a florescer", acrescentou.
O proprietário do jornal, o britânico de origem russa Evgeny Lebedev que havia anunciado no mês passado o abandono da edição impressa, escreveu que o jornalismo "foi completamente transformado", de modo que o The Independent "também teve que mudar".
Como muitos jornais, o The Independent - nascido em 1986 - teve de enfrentar um forte declínio do número de leitores da sua edição impressa. No final, vendia cerca de 40.000 cópias, o diário nacional com menos vendas no país.
No seu auge, em 1989, o jornal de centro-esquerda, conhecido pelas manchetes politicamente engajadas e pela importância que dava às imagens, chegou a vender mais de 420.000 exemplares diários.
Em 2003, realizou uma campanha sangrenta contra a intervenção britânica no Iraque ao lado dos Estados Unidos, ao lado de outro jornal de centro-esquerda, o The Guardian.
Em editorial, o Guardian presta uma homenagem ao The Independent, chamando-o "de um jornal verdadeiramente excepcional", observando que sofreu com as mudanças profundas no mercado da publicidade, com uma mudança na receita para sites como o Facebook.
- Quatro suplementos -A última edição em papel do Independent incluiu quatro suplementos que traçam a história do jornal, o primeiro jornal nacional que desaparece das bancas britânicas desde o Today, em 1995.
O Independent também é o primeiro grande jornal nacional britânico a dar este passo entre o papel e o exclusivamente digital - caminho já trilhado pelo jornal espanhol Público ou francês La Tribune, que sai em papel uma vez por semana.
O grupo que detém o The Independent, Esi Media, vai vender a sua versão popular resumida, chamada de "i", para o grupo Johnston Press.
Espera-se que a venda gere cerca de 25 milhões de libras (32 milhões de euros), segundo a imprensa britânica, um montante que será investido em seu site.
Seu site, que atrai cerca de 70 milhões de visitantes por mês, já é rentável e espera um aumento na receita de cerca de 50% este ano.
No entanto, Esi mídia já avisou que não haverá demissões; no total, cerca de 150 pessoas trabalham atualmente para o jornal.
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