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Aston Martin exibe crossover cupê pensado para o público feminino

Mathieu Rosemain

03/03/2015 13h34

(Bloomberg) -- A Aston Martin Lagonda Ltd. exibiu um novo crossover cupê em um momento em que a fabricante de carros esportivos britânica tenta voltar a ser rentável atraindo o público feminino e compradores dos mercados emergentes.

O conceito DBX com tração nas quatro rodas, que estreou na terça-feira no Salão Internacional do Automóvel em Genebra, é equipado com motores elétricos e rodas esportivas grandes, faróis estreitos e grade frontal ampla. Embora o carro não esteja pronto para ir à venda, a Aston Martin planeja adicionar um crossover, distanciando-se de sua linha de montagem de cupês esportivos como o Vanquish, de US$ 280.000.

"O DBX Concept é mais do que um motor de arranque para nós e para os nossos clientes", disse o CEO Andy Palmer. "No momento oportuno nós entraremos com um carro no novo espaço DBX".

A iniciativa da Aston Martin faz parte de um incremento nos crossovers de elite, em um momento em que as marcas de luxo respondem à demanda gerada pelos consumidores endinheirados da China e de outros mercados emergentes, onde os carros esportivos são menos populares. A Bentley apresentará o Bentayga ainda neste ano, um SUV que, segundo a marca britânica, será o mais luxuoso e caro do mundo. A Maserati está finalizando o Levante e a Jaguar começará a vender seu primeiro crossover, o F-PACE, em 2016. Todas estão seguindo os passos da Porsche, que agora vende mais SUVs do que carros esportivos puros.

A expansão também é fundamental para a Aston Martin, que busca aumentar suas vendas para 7.000 veículos por ano até 2021, contra cerca de 4.000 atualmente. Mas Palmer disse que a empresa não quer mais volume do que isso, de forma a proteger sua exclusividade.

Queimando caixa

A Aston Martin é uma das poucas marcas internacionais de automóveis de luxo que não faz parte de um grupo maior. A Porsche, a Bentley e a Lamborghini fazem parte da Volkswagen AG, a BMW AG fabrica os carros da Rolls-Royce e a Fiat Chrysler Automobiles NV é dona da Maserati.

A Aston Martin é controlada pela empresa italiana de private-equity Investindustrial e, além dela, tem as empresas Investment Dar e Adeem Investment Co., do Kuwait, como acionistas principais. Palmer disse que a estrutura de acionistas da empresa é estável e que a companhia pretende continuar sendo independente.

No dia 13 de fevereiro, a Standard Poor's reduziu a dívida de longo prazo da Aston Martin em um nível, para B-, a sexta nota mais alta do grau especulativo, e colocou a empresa sob "observação de crédito negativa", indicando que o rating pode ser reduzido novamente em breve. A Aston Martin deverá continuar queimando caixa em 2015 e em 2016 no desenvolvimento de novos modelos, segundo a agência de classificação de risco.

Grande parceira

A estratégia da fabricante de carros britânica está focada na reformulação da tecnologia que serve de base para seus veículos artesanais. A Daimler AG, cuja unidade Mercedes-Benz é a terceira maior fabricante de veículos de luxo do mundo, tem um acordo para adquirir uma participação de 5 por cento da Aston Martin em troca do fornecimento de componentes e eletrônicos automotivos à produtora de carros esportivos.

"Somos uma empresa pequena e não podemos bancar toda essa tecnologia necessária hoje na indústria", disse Palmer em entrevista. "Com a Daimler, temos uma parceira e uma acionista que não quer nos comprar. Isso é ótimo".

Além do DBX, a Aston Martin apresentou o carro de corrida Vulcan, de 1,5 milhão de libras (US$ 2,3 milhões), em Genebra. A empresa planeja produzir 24 unidades do modelo e os proprietários serão obrigados a participar de um programa de treinamento "extensivo e detalhado" antes de dirigir o Vulcan por conta própria.

Título em inglês: Aston Martin Unveils Crossover Coupe to Expand Appeal to Women

Para entrar em contato com o repórter: Mathieu Rosemain, em Paris, mrosemain@bloomberg.net.