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Análise: Onda de fusões e aquisições incompletas na China

David Fickling e Nisha Gopalan

30/05/2016 13h07

(Bloomberg) -- Houve um momento neste ano em que as corporações chinesas pareciam estar, sozinhas, garantindo os carros Maserati e os relógios Patek Philippe dos executivos de fusões e aquisições.

Em 2016, as empresas chinesas anunciaram US$ 128,5 bilhões de transações no exterior propostas, pendentes ou finalizadas, muito à frente dos US$ 106,6 bilhões dos EUA, de acordo com dados compilados pela agência de notícias Bloomberg.

Como a fabricante estatal de guindastes Zoomlion Heavy abandonou sua tentativa de adquirir a concorrente americana Terex na semana passada, essa onda dá sinais de que está recuando.

Transações avaliadas em bilhões de dólares agora abandonaram o barco. A oferta de US$ 2,5 bilhões da China Resources pela Fairchild Semiconductor e a tentativa da Tsinghua Unisplendour de investir US$ 3,8 bilhões na fabricante de unidades de disco Western Digital desmoronaram em meio a temores dos EUA com a segurança nacional.

Há também obstáculos locais. A Zoomlion não conseguiu obter apoio da autoridade chinesa de regulação de câmbio para converter yuans a dólares para a compra da Terex, uma questão que também está atrapalhando a oferta de fechar o capital da empresa de software antivírus Qihoo 360.

A oferta de US$ 14 bilhões da Anbang Insurance pela Starwood Hotels foi descartada em março, e a Caixin Online informou que o órgão regulador de seguros de Pequim tinha manifestado oposição.

A maior transação da safra - a aquisição da fabricante suíça de pesticida e sementes Syngenta pela ChemChina por US$ 43 bilhões --continua no limbo depois que diversos senadores de estados agrícolas pediram que o governo dos EUA alegasse novamente questões de segurança nacional.

Enquanto isso, o valor das transações com o exterior em maio parece prestes a cair pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, e o valor das transações finalizadas caminha para o patamar mais baixo desde abril de 2015.

Como o yuan está se desvalorizando novamente e alguns analistas preveem novos fluxos de saída do capital, os órgãos reguladores têm ainda menos probabilidade de analisar gentilmente as compras no exterior, que extraem moeda do país. Não se surpreenda se a soma de fusões e aquisições continuar diminuindo.

Isso com certeza deve tirar o sono dos executivos do setor bancário: eles só terão um grande dia de pagamento se uma transação for concluída.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg LP e de seus proprietários.