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Iniciativa de RV do Facebook é chamada de 'história fantasiosa'

Tom Korosec

09/01/2017 16h48

(Bloomberg) — O Facebook apostou cedo em realidade virtual com a aquisição da empresa Oculus VR há dois anos e meio para ficar com seu inovador headset. Agora a empresa se defende das acusações de que o Oculus Rift foi desenvolvido com uma tecnologia roubada e promovido com a falsa história de que foi criado por um jovem empreendedor que fazia experiências na garagem de seus pais.

O que começou como uma briga entre empresas de tecnologia agora virou uma confusa disputa de US$ 2 bilhões que pode forçar o cofundador do Facebook Mark Zuckerberg a testemunhar em um tribunal de Dallas. A gigante das redes sociais é acusada de realizar a aquisição da Oculus, em 2014, com "plena consciência" de que o conhecimento por trás de um dos aparelhos de consumo mais promissores do Vale do Silício foi tirado indevidamente de outra companhia.

A empresa ZeniMax Media está tentando provar que fez o trabalho pesado de desenvolvimento do software e do hardware dos óculos de realidade virtual, alegando que um funcionário destacado recrutado pela Oculus roubou sua propriedade intelectual. Os executivos do Facebook e da Oculus citados na ação judicial negam irregularidades e afirmam que é a ZeniMax que está contando uma história revisionista.

Segundo a ZeniMax, uma produtora de software e jogos interativos com sede em Rockville, Maryland, EUA, a briga começou em 2012. Nesse ano, John Carmack, um de seus funcionários e desenvolvedor de jogos de sucesso como Doom e Quake, começou a se corresponder com o fundador da Oculus, Palmer Luckey.

RV 'primitiva'

Na época um fã de videogames em idade universitária que vivia no sul da Califórnia, Luckey estava trabalhando em um "primitivo headset de realidade virtual" que chamou de Rift. Na época, tratava-se de um "protótipo bruto que não possuía suporte para a cabeça, software específico de realidade virtual, sensores de movimento integrados e outros importantes recursos e funções necessários para criar um produto viável", diz a ação judicial da ZeniMax.

A ZeniMax afirma que Carmack foi o responsável pelas inovações que transformaram o Rift em uma "poderosa experiência de realidade virtual imersiva". Mas, depois que Carmack e Luckey concordaram em usar o Rift para exibir uma versão especialmente configurada do Doom 3 em uma convenção em Los Angeles, em 2012, as relações entre as startups azedaram rapidamente, segundo a ZeniMax.

Em vez de discutirem como a Oculus compensaria a ZeniMax, Luckey e o então CEO da Oculus, Brendan Iribe, teriam se tornado "cada vez mais evasivos e pouco cooperativos". Na sequência, eles contrataram Carmack, que é acusado de copiar milhares de documentos de seu computador na ZeniMax.

'História fantasiosa'

Para cobrir seus rastros, a Oculus "disseminou para a imprensa a falsa e fantasiosa história de que Luckey foi o brilhante inventor de tecnologias RV que havia desenvolvido a tecnologia na garagem de seus pais", segundo a ação judicial da ZeniMax. "Na verdade, essa história é completamente falsa."

A ZeniMax pede US$ 2 bilhões de indenização, valor aproximado pago pelo Facebook na aquisição da Oculus em sua tentativa de popularizar a realidade virtual. Em março, o Facebook começou a vender o headset Rift, que parece uns óculos de esquiador, por US$ 599.

A advogada principal dos réus, Beth Wilkinson, e representantes da Oculus e do Facebook preferiram não comentar antes do julgamento.