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Sacolinha pode voltar a ser gratuita em São Paulo

24/06/2016 10h13Atualizada em 24/06/2016 14h21

São Paulo - As sacolas plásticas podem voltar a ser entregues de forma gratuita em supermercados da capital paulista. Um projeto de lei que impede a cobrança foi aprovado em segunda votação, na quarta-feira (22), na Câmara Municipal de São Paulo, e agora segue para avaliação do prefeito Fernando Haddad (PT).

A aprovação do PL 238/2012 acontece pouco mais de um ano depois de a lei das sacolinhas entrar em vigor. Pela lei, os supermercados não podem mais entregar as antigas sacolas e precisaram substituí-las por modelos padronizados nas cores verde e cinza. 

Atualmente, os estabelecimentos cobram R$ 0,08 por sacola, mas há locais em que elas saem por R$ 0,10. 

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Em 2011, uma lei chegou a proibir a distribuição de sacolas em estabelecimentos comerciais da capital.

Um dos autores do projeto, o vereador Nelo Rodolfo (PMDB) diz que os consumidores estão sendo prejudicados pela cobrança.

"A sacolinha é o meio mais adequado que se tem para as pessoas saírem do supermercado com dignidade. Tem gente que gasta R$ 500 ou mais em compras e ainda tem de pagar pelas sacolas."

O que os consumidores dizem?

A gente já paga imposto em tudo. Acho um absurdo pagar pela sacolinha. Hoje (ontem), peguei umas 30 e, normalmente, faço compras grandes e preciso de muitas sacolas.

Lourdes Cordeiro, 40, empresária

Vai ser bom se voltar a ser gratuito. Sempre faz diferença quando há uma cobrança. De pouquinho em pouquinho, mexe no nosso bolso.

Ingrid Takahashi, 21, vendedora

Até trago a minha sacola, mas, às vezes, acabo esquecendo. Tem dia também que a gente sai com o dinheiro contado e não dá para comprar a sacola.

Sandra de Lima, 45, operadora de máquinas 

Ela conta que aderiu à sacola reutilizável para fazer compras, mas que, mesmo assim, prefere a distribuição gratuita.

Poderiam manter como está pela natureza. Já ando com a minha sacola e não é problema nenhum trazer.

Cilene Aparecida de Andrade, 44, agente de organização escolar 

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Especialistas têm opiniões divididas

Gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira diz que a volta da distribuição gratuita de sacolas atrapalha no processo de cuidado com o ambiente que a redução do uso desse material pode trazer.

Já existe uma lei. O consumidor está acostumado a levar sacolas reutilizáveis e a usar caixas de papelão. Mas poderia ser discutida uma forma de minimizar os impactos do plástico sem onerar o consumidor. É um retrocesso.

Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec

Oliveira diz que outros meios poderiam ser buscados para resolver o problema. "As pessoas poderiam trocar garrafas PET por sacolas, por exemplo. Existem formas inteligentes. Mas liberar o uso terá um impacto ambiental."

Presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), Miguel Bahiense diz que as sacolas devem ser distribuídas gratuitamente.

"Em nosso entendimento, as leis, sejam de São Paulo ou de qualquer lugar, devem garantir à população sacolas com distribuição gratuita, pois as pessoas já pagam indiretamente por elas, fabricadas dentro da norma técnica ABNT, ou seja, com qualidade aprovada."

Acreditamos que a educação ambiental, unida à gratuidade e às sacolas plásticas certificadas, são a melhor forma de garantir o direito do consumidor e a preservação ambiental.

Miguel Bahiense, presidente do Plastivida

Bahiense defendeu, ainda, que sacolas são "um instrumento importante para a ampliação da coleta seletiva, pois são reutilizadas para descarte de resíduos, recicláveis ou não, por mais de 90% da população".

A reportagem entrou em contato com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), mas a entidade não se pronunciou. Procurada, a Prefeitura de São Paulo informou que não emite posicionamentos sobre projetos de lei.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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